FONTE: Maria Fernanda
Ziegler, TRIBUNA DA BAHIA.
Herança genética é apenas uma das razões da vida
longa; viver bem e bastante implica em cuidar da saúde física e emocional.
Quem
não quer uma velhice segura e livre de doenças? Se existisse uma receita
infalível para isso, certamente ela já teria sido vendida e publicizada há
muito tempo.
Mas
não, não há uma fórmula com garantia de eficácia e telefone de contato para
reclamações futuras. O que existe, isso sim, são algumas dicas que podem ajudar
na busca por qualidade de vida.
Genética,
alimentação saudável e atividade física são fatores que estão na linha de
frente para conquistar uma vida mais longeva.
Além
disso, pesquisadores, cada vez mais, apostam na fórmula de levar a vida mais
leve e saber se relacionar como um trunfo para a uma boa velhice. O clichê
“vive mais quem vive bem” está mais que em alta.
Para
fazer valer o clichê, dizem os médicos, os cuidados têm de começar cedo, muito
antes da chamada terceira idade. “Esta preocupação tem que começar antes da
infância. Tem que estar no currículo escolar”, diz o geriatra Salo Buksman.
O
consolo é que, mesmo tarde, ainda vale a pena. As indicações para ter uma vida
saudável e combater doenças valem para os 30, 40, 50, 60 e até para quem tem
100 anos.
Veja abaixo alguns itens para ficar de
olho:
1. Genética.
Ainda não se sabe exatamente o peso da genética na longevidade. Mas ela conta.
Por isso, é bom saber como e com quantos anos morreram avós, bisavós e tataravós.
De
acordo com o geriatra Salo Buksman, a genética explica porque algumas pessoas
consomem gordura e outros alimentos pouco saudáveis e continuam cheias de saúde
por muitos anos.
O
também geriatra Alessandro Campolina afirma que quem tem avós e pais longevos
deve ter ainda mais empenho em se cuidar.
“Essa
informação é importante para quem tem uma genética favorável. Ter avós que
viveram 90 anos pode ser um indicativo maior para se cuidar e chegar com saúde
aos 100 anos”, disse.
2. Atividade Física.
Este é o fator de envelhecimento saudável número um, já que para a genética é
preciso contar com a sorte. Buksman afirma que o ideal é fazer atividades
aeróbicas - como caminhada - e também as que fortaleçam a musculatura. “Além de
fazer bem para a saúde, ajuda a manter a força muscular, o que evita
quedas" diz.
A
frequência e a intensidade de atividade física variam de idade para idade.
Antes dos 60 anos, a indicação é que a pessoa saudável não seja sedentária, que
caminhe pelo menos 40 minutos por dia e faça semanalmente atividades que
fortaleçam os músculos.
Depois
disso, vale a máxima 'faça o quanto é bom para você'. Mas nada de preguiça,
hein? Velhinhos de 90 ou 100 anos devem percorrer algumas vezes um corredor,
por exemplo, ou fazer uma série de três levantadas seguidas da cadeira. Já está
mais que bom.
3. Atividade Mental.
“É preciso se manter ativo socialmente, se sentir útil, senão a vida perde a
graça”, diz Buksman. Para isto, ele afirma que vale cuidar dos netos, ser
voluntário depois de se aposentar e principalmente criar, produzir algo novo.
Se
levarmos em conta que a expectativa de vida do brasileiro é atualmente de quase
80 anos, ainda há muita história pela frente quando se chega aos 60. Não é o
caso de se manter inativo, sem nada para criar ou produzir.
Para
evitar o envelhecimento acompanhado de doenças neurodegenerativas, como
Alzheimer e mal de Parkinson, especialistas indicam exercícios mentais, como
leitura, jogos de palavra cruzada, música.
“Mas
não é para fazer uma coisa ou outra, é preciso exercitar todas as funções
cognitivas”, diz Paulo Camiz, geriatra do Hospital das Clínicas.
4. Dieta Saudável.
Médicos afirmam que uma dieta pobre em gorduras prolonga a vida. A mais
indicada é a dieta mediterrânea. Ao valorizar o consumo de peixe, frutas,
verduras, legumes e cereais, e limitar o de carnes vermelhas e laticínios, a
dieta evita os quilos extras que vêm com o envelhecimento e reduz os riscos de
doenças cardiovasculares.
Moderação
também é importante. ”Comer excessivamente também é ruim. É preciso evitar a
obesidade, que desencadeia várias doenças: desde as no coração até as artroses,
que limitam o idoso e fazem com que ele perca a autonomia”, afirma o
geriatra Salo Buksman.
5. Vida emocional estável.
Estudos mostram que ter uma boa vida em família tem relação com a longevidade.
Ter um casamento estável, baseado em uma relação de muito amor e confiança é
uma característica comum entre as pessoas longevas.
Isto
porque a maneira como lidamos com as emoções também conta para a longevidade.
“As preocupações e os problemas da vida têm um peso alto na longevidade”, disse
Marcelo Levites, médico de Família do Hospital 9 de Julho.
Uma
pesquisa recente mostrou que a solidão aumenta o risco de morte de idosos
ainda mais que a obesidade. “Vemos que chegar a muitos anos de vida é uma
conquista que tem relação muito forte entre a estabilidade no casamento, com a
família, além da ausência de eventos de depressão", diz Buksman.
6. Controle rigoroso de doenças degenerativas.
Os problemas cardiovasculares e o câncer são as doenças que mais matam no
mundo. Além de cuidados com a alimentação e a prática de atividades física,
hábitos como o álcool e o fumo também são fatores de risco.
Alguns
estudos até atribuem a maior longevidade das mulheres em relação aos homens por
causa do menor consumo de álcool e cigarro. “Temos uma população grande que
morre antes dos 80, 70 por causa destas doenças”, resume Buksman.
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