sexta-feira, 2 de outubro de 2015

SEIS PASSOS PARA SE TORNAR UM IDOSO SAUDÁVEL...

FONTE: Maria Fernanda Ziegler, TRIBUNA DA BAHIA.

Herança genética é apenas uma das razões da vida longa; viver bem e bastante implica em cuidar da saúde física e emocional.


Quem não quer uma velhice segura e livre de doenças? Se existisse uma receita infalível para isso, certamente ela já teria sido vendida e publicizada há muito tempo.
Mas não, não há uma fórmula com garantia de eficácia e telefone de contato para reclamações futuras. O que existe, isso sim, são algumas dicas que podem ajudar na busca por qualidade de vida.  
Genética, alimentação saudável e atividade física são fatores que estão na linha de frente para conquistar uma vida mais longeva.
Além disso, pesquisadores, cada vez mais, apostam na fórmula de levar a vida mais leve e saber se relacionar como um trunfo para a uma boa velhice. O clichê “vive mais quem vive bem” está mais que em alta.
Para fazer valer o clichê, dizem os médicos, os cuidados têm de começar cedo, muito antes da chamada terceira idade. “Esta preocupação tem que começar antes da infância. Tem que estar no currículo escolar”, diz o geriatra Salo Buksman.
O consolo é que, mesmo tarde, ainda vale a pena. As indicações para ter uma vida saudável e combater doenças valem para os 30, 40, 50, 60 e até para quem tem 100 anos.
Veja abaixo alguns itens para ficar de olho: 
1. Genética.
Ainda não se sabe exatamente o peso da genética na longevidade. Mas ela conta. Por isso, é bom saber como e com quantos anos morreram avós, bisavós e tataravós.
De acordo com o geriatra Salo Buksman, a genética explica porque algumas pessoas consomem gordura e outros alimentos pouco saudáveis e continuam cheias de saúde por muitos anos.
O também geriatra Alessandro Campolina afirma que quem tem avós e pais longevos deve ter ainda mais empenho em se cuidar.
“Essa informação é importante para quem tem uma genética favorável. Ter avós que viveram 90 anos pode ser um indicativo maior para se cuidar e chegar com saúde aos 100 anos”, disse.
2. Atividade Física.
Este é o fator de envelhecimento saudável número um, já que para a genética é preciso contar com a sorte. Buksman afirma que o ideal é fazer atividades aeróbicas - como caminhada - e também as que fortaleçam a musculatura. “Além de fazer bem para a saúde, ajuda a manter a força muscular, o que evita quedas" diz.
A frequência e a intensidade de atividade física variam de idade para idade. Antes dos 60 anos, a indicação é que a pessoa saudável não seja sedentária, que caminhe pelo menos 40 minutos por dia e faça semanalmente atividades que fortaleçam os músculos.
Depois disso, vale a máxima 'faça o quanto é bom para você'. Mas nada de preguiça, hein? Velhinhos de 90 ou 100 anos devem percorrer algumas vezes um corredor, por exemplo, ou fazer uma série de três levantadas seguidas da cadeira. Já está mais que bom.
3. Atividade Mental.
“É preciso se manter ativo socialmente, se sentir útil, senão a vida perde a graça”, diz Buksman. Para isto, ele afirma que vale cuidar dos netos, ser voluntário depois de se aposentar e principalmente criar, produzir algo novo.
Se levarmos em conta que a expectativa de vida do brasileiro é atualmente de quase 80 anos, ainda há muita história pela frente quando se chega aos 60. Não é o caso de se manter inativo, sem nada para criar ou produzir.
Para evitar o envelhecimento acompanhado de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e mal de Parkinson, especialistas indicam exercícios mentais, como leitura, jogos de palavra cruzada, música.
“Mas não é para fazer uma coisa ou outra, é preciso exercitar todas as funções cognitivas”, diz Paulo Camiz, geriatra do Hospital das Clínicas.
4. Dieta Saudável.
Médicos afirmam que uma dieta pobre em gorduras prolonga a vida. A mais indicada é a dieta mediterrânea. Ao valorizar o consumo de peixe, frutas, verduras, legumes e cereais, e limitar o de carnes vermelhas e laticínios, a dieta evita os quilos extras que vêm com o envelhecimento e reduz os riscos de doenças cardiovasculares.
Moderação também é importante. ”Comer excessivamente também é ruim. É preciso evitar a obesidade, que desencadeia várias doenças: desde as no coração até as artroses, que limitam o idoso e fazem com que ele perca a autonomia”, afirma o geriatra Salo Buksman.
5. Vida emocional estável.
Estudos mostram que ter uma boa vida em família tem relação com a longevidade. Ter um casamento estável, baseado em uma relação de muito amor e confiança é uma característica comum entre as pessoas longevas.
Isto porque a maneira como lidamos com as emoções também conta para a longevidade. “As preocupações e os problemas da vida têm um peso alto na longevidade”, disse Marcelo Levites, médico de Família do Hospital 9 de Julho.
Uma pesquisa recente mostrou que a solidão aumenta o risco de morte de idosos ainda mais que a obesidade. “Vemos que chegar a muitos anos de vida é uma conquista que tem relação muito forte entre a estabilidade no casamento, com a família, além da ausência de eventos de depressão", diz Buksman.
6. Controle rigoroso de doenças degenerativas.
Os problemas cardiovasculares e o câncer são as doenças que mais matam no mundo. Além de cuidados com a alimentação e  a prática de atividades física, hábitos como o álcool e o fumo também são fatores de risco.

Alguns estudos até atribuem a maior longevidade das mulheres em relação aos homens por causa do menor consumo de álcool e cigarro. “Temos uma população grande que morre antes dos 80, 70 por causa destas doenças”, resume Buksman.

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