FONTE: Andreia Sanches, (publico.uol.com.br).
Publicado manual para deixar
de fumar controlando o peso: pastilhas sem açúcar, nozes, amêndoas, avelãs,
palhinhas de plástico para “aliviar a tensão dos músculos do maxilar”. E muita
água. “A água ajuda a libertar a nicotina.”
Vai chegar 2016, e na lista
das promessas para o novo ano, a de deixar de fumar é um clássico. Boas razões
não faltam, como esta: “Os indivíduos que cessam os hábitos tabágicos antes dos
50 anos têm metade do risco de morrer nos 15 anos seguintes", diz a
Direção-Geral de Saúde (DGS). Mas entre anos de vida ganhos e doenças várias
que se podem prevenir há uma pequena contrariedade: deixar de fumar engorda.
Cerca de 84% dos fumadores em cessação ganham peso.
A média de ganho de peso é de
quatro a cinco quilos após um ano. Uma pequena minoria (13 a 14% dos
indivíduos) ganha mais de 10kg. “Esta taxa não é sempre igual: é mais acentuada
durante os primeiros três meses de cessação tabágica, com um aumento médio de
1kg por mês, e decresce após este período”, segundo a DGS.
Engordar é mesmo considerado
“o principal motivo para a relutância em parar de fumar e recaída depois da
cessação, especialmente nos fumadores que apresentam preocupações com o seu
peso”, lê-se numa publicação que acaba de ser publicada no site da DGS:
o manual Cessação Tabágica e Ganho Ponderal — Linhas de Orientação.
Objectivo: promover um consumo alimentar adequado durante a cessação tabágica.
Porque “os benefícios para a saúde decorrentes” da mesma “excedem quaisquer
outros riscos associados ao aumento médio de quatro a cinco kg”.
A primeira das recomendações
deste manual pode resumir-se assim: faça uma coisa de cada vez. “O controlo de
peso através de uma restrição energética não é aconselhado durante a cessação
tabágica, uma vez que as exigências mentais e emocionais desta restrição podem
comprometer o sucesso da abstinência.” Assim, é aconselhado que durante os
primeiros três meses sem cigarros, o fumador se concentre na cessação tabágica
e não no controlo do peso. Preocupe-se com os quilos a mais “quando se
encontrar totalmente confiante na cessação tabágica.”
Outra recomendação: “Anote as
horas de maior compulsão para fumar e tenha sempre disponíveis pastilhas
elásticas sem açúcar ou frutos gordos em quantidades moderadas (nozes,
amêndoas, avelãs, amendoins, …). Estes ajudam a ter as mãos ocupadas"
sendo que a mastigação diminui a vontade de comer demasiado. "Para além
das pastilhas podem ser usados palitos ou palhinhas de plástico que ajudam a
aliviar a tensão dos músculos do maxilar usado na inalação do fumo do cigarro.”
Mais à frente neste pequeno
livrinho explica-se que para quem deixa de fumar, fazer várias refeições ao
longo do dia ajuda a controlar os sintomas de privação da nicotina, como a
ansiedade ou a vontade de comer muito. Ter sempre disponíveis pequenos lanches
saudáveis (fruta e hortícolas crus é bom) é outro truque. Beber muita água — “A
água ajuda a libertar a nicotina e seus metabolitos do organismo, nos primeiros
dias de cessação” — e evitar o álcool, também. “O álcool cria um défice de
oxigênio, devido a uma diminuição da saturação da hemoglobina na corrente
sanguínea, que pode prejudicar a concentração e desencadear uma maior vontade
de fumar e comer.”
Mais dicas estão disponíveis
no manual que se encontra no site da DGS. Que lembra: “Estudos mostram
que 80% dos fumadores expressam o desejo de parar de fumar, 35% tentam deixar
de fumar todos os anos, mas menos de 5% têm êxito em cessar o consumo sem
ajuda.” Por isso, mais uma recomendação: “Informe-se sobre a existência de
consultas multidisciplinares de cessação tabágica no Centro de Saúde ou
Hospital da sua área de residência.”
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