FONTE: Carmen Vasconcelos (carmen.vasconcelos@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.
As principais
alterações são com as doses de reforço das vacinas infantis contra meningite,
pneumonia, poliomielite e HPV.
Desde a primeira semana de janeiro, os
postos de saúde de todo o país passaram a adotar um novo calendário de
vacinação para crianças, adolescentes e adultos. As principais alterações são
com as doses de reforço das vacinas infantis contra meningite, pneumonia,
poliomielite e HPV.
De acordo com o vice presidente da
Sociedade Brasileira de Imunologia (Sbim) Renato Kfouri, as mudanças são
normais e foram resultado dos muitos estudos e das novidades nessa área. “No
nosso caso, acumulamos algumas atualizações que precisavam ser feitas diante
dos resultados de novos estudos, surgimento de problemas e produtos mais
novos”, esclarece o infectologista.
Novidades.
No novo calendário vacinal, a imunização contra o papiloma vírus humano (HPV) é uma das principais alterações, pois agora o esquema passa a ser feito com duas e não três doses. As meninas devem receber a segunda dose seis meses após a primeira, deixando de ser necessária a administração da terceira dose. Segundo Renato Kfouri, isso aconteceu depois que estudos mostraram que o esquema com duas doses apresenta a mesma resposta de anticorpos. “Depois da água potável, as vacinas foram as maiores contribuições para a saúde pública, porque ela protege não apenas quem é vacinado, mas todo o grupo em torno daquele indivíduo”, reforça o médico. Vale salientar que as mulheres entre 9 e 26 anos que vivem com HIV devem continuar recebendo o esquema de três doses.
No novo calendário vacinal, a imunização contra o papiloma vírus humano (HPV) é uma das principais alterações, pois agora o esquema passa a ser feito com duas e não três doses. As meninas devem receber a segunda dose seis meses após a primeira, deixando de ser necessária a administração da terceira dose. Segundo Renato Kfouri, isso aconteceu depois que estudos mostraram que o esquema com duas doses apresenta a mesma resposta de anticorpos. “Depois da água potável, as vacinas foram as maiores contribuições para a saúde pública, porque ela protege não apenas quem é vacinado, mas todo o grupo em torno daquele indivíduo”, reforça o médico. Vale salientar que as mulheres entre 9 e 26 anos que vivem com HIV devem continuar recebendo o esquema de três doses.
Os estudos também comprovaram que que o
esquema de duas doses mais um reforço tem a mesma efetividade do esquema três
doses mais um reforço para a vacina pneumocócica 10 valente para pneumonia.
Agora, os bebês sofrerão menos, uma vez que a vacina passará a ser aplicada em
duas doses, aos 2 e 4 meses, seguida de reforço, preferencialmente aos 12
meses.
A terceira dose da vacina contra a
poliomielite, feita aos seis meses, deixa de ser oral (as gotinhas) e
passa a ser injetável. Segundo o Ministério da Saúde, a alteração representa
uma nova etapa para o uso exclusivo da vacina inativada (injetável) na
prevenção contra a paralisia infantil. No Brasil, o último caso foi em 1989. A
partir de agora, a criança recebe as três primeiras doses do esquema – aos
dois, quatro e seis meses de vida – com a vacina inativada poliomielite (VIP),
de forma injetável. Já a vacina oral poliomielite (VOP) continua sendo
administrada como reforço aos 15 meses, 4 anos e anualmente durante a campanha
nacional, para crianças de 1 a 4 anos.
Kfouri explica ainda que a VOP tem um
efeito protetivo bem interessante porque, ao ser ingerido pela criança, o vírus
se multiplica no intestino e é expelido, indo parar na rede de saneamento e
voltando na forma de água tratada que possibilita uma imunização indireta de
muita gente. “No entanto para que essa segurança seja garantida a todos, é
fundamental que pais e responsáveis não deixem de vacinar”, ressalta o médico,
destacando que algumas doenças tidas como erradicadas voltam no momento em que
a população deixa de fazer o controle, a exemplo da Coqueluche no Japão e do
sarampo na Europa.
A proteção contra meningite causada pelo meningococo C
também sofrerá mudança. O reforço passa a ser aplicado aos 12 meses,
preferencialmente, podendo ser feito até os 4 anos. As primeiras doses da
meningocócica continuam sendo realizadas aos 3 e 5 meses.
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