Substância DNP, da sigla para 2,4-dinitrofenol, apresenta componentes
tóxicos e não possui regulamentação.
Autoridades médicas estão em alerta em relação a uma
substância que ganhou destaque esse ano com a promessa de "queimar"
gordura corporal e acelerar oemagrecimento. O ativo se
chama DNP, sigla para 2,4-dinitrofenol, e vem sendo vendido na internet de
forma ilegal e adquirido por pessoas que procuram emagrecer em um curto espaço
de tempo.
O problema é que a droga, na verdade, é tóxica e
apresenta muitos perigos para o corpo humano. "A substância era usada como
matéria-prima de materiais como tinta, vermicida, pesticida e explosivos. Além
disso, não possui nenhum tipo de controle de qualidade ou pesquisas científicas
que comprovem sua eficácia e segurança", afirma a endocrinologista e
especialista do Portal Minha Vida Andressa Heimbecher Soares.
Como forma de alertar às pessoas sobre perigos
relacionados à DNP, a Interpol publicou uma nota em seu site explicando que
"é uma substância ilícita e potencialmente letal, fabricada de forma
clandestina".
Como age.
Além de todos os fatores relacionados ao principio ativo
e fabricação que tornam a substância inviável ao consumo, a forma como ela age
no organismo também apresenta alta periculosidade. "Em um processo normal,
a célula pega a glicose e a transforma em ATP (energia). Com a presença da
droga, o metabolismo sofre um processo de aceleração e ao invés de converter os
nutrientes em energia, gera somente calor. É como se fosse um motor
superaquecido", explica Andressa.
Esse aquecimento excessivo das células faz com que o
organismo entre em um processo de hipertermia, causando um quadro gravíssimo de
desidratação e pode levar também à taquicardia, sudorese e colapso
cardiovascular. "Em alguns casos o quadro de hipertermia é tão grave que
não há como revertê-lo. Por isso é muito importante que as pessoas sejam
alertadas sobre a periculosidade dessa droga", afirma Andressa. Além do
consumo oral, de acordo com a Interpol, a droga também pode ser consumida por
creme, nestes casos há risco de vermelhidão, inflamação e bolhas na pele.
Óbitos.
Um dos casos que ganhou destaque esse ano foi o da
estudante britânica Eloise Aimee Parry que faleceu após consumo excessivo da
pílula. Segundo a imprensa internacional, ela sofria de bulimia e morreu após
consumir 8 unidades da pílula.
Outra jovem que faleceu foi Rachel Cook, de 25 anos, após
ingerir as pílulas para acelerar seu processo de emagrecimento.
"O uso indiscriminado de medicações para perda de
peso é muito preocupante. O DNP é uma droga extrema que não deve ser utilizada.
As pessoas não devem cair nessas promessas milagrosas de perda de peso",
encerra Andressa.
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