A
bandeira tarifária vermelha voltará às contas de luz em abril, após 13 meses
sem o mecanismo que eleva os custos da energia com o objetivo de sinalizar aos
consumidores a menor oferta no sistema elétrico, informou nesta sexta-feira a
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A
bandeira vermelha em primeiro patamar, que não era acionada desde fevereiro de
2016, gera cobrança adicional de 3 reais a cada 100 kilowatts-hora, o que
representa impacto de cerca de 20 por cento nas tarifas, segundo o especialista
do Instituto Ilumina, Roberto Pereira D'Araújo, que vê o mecanismo como um
"disfarce" para a elevação nos custos.
A
mudança no patamar da bandeira, que em março foi amarela, é reflexo de chuvas
abaixo da média histórica entre novembro e março, período chuvoso do Brasil, e
de previsões pessimistas para as precipitações em abril.
O
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou nesta sexta-feira
expectativa de que as chuvas em abril atinjam apenas 68 por cento da média
histórica na região das hidrelétricas do Sudeste, que concentra a maior parte
dos reservatórios.
Com
as chuvas ruins, as usinas hídricas não têm conseguido recuperar o nível de
armazenamento em seus lagos, o que reduz de maneira conjuntural a oferta de
energia e leva ao uso de termelétricas, mais caras, para atender à demanda.
A
Reuters publicou na sexta-feira passada que especialistas já viam forte chance
de bandeira vermelha em abril e em parte do segundo semestre do ano, devido às
chuvas fracas entre novembro e março.
Com
a hidrologia desfavorável, deverá haver menor geração nas hidrelétricas em
2017, o que deverá gerar também fortes impactos financeiros no mercado de
eletricidade como um todo, incluindo menor receita para hidrelétricas e maiores
custos para consumidores.
A
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) estimou na véspera que a
menor geração hídrica deverá gerar um impacto financeiro de 20,9 bilhões de
reais no mercado de energia, devido à necessidade de compra de energia mais
cara de outras fontes.
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