FONTE: , Priscila Doneda, (www.msn.com).
Apesar
de ter sido descoberta há décadas, a Síndrome de Burnout só passou a ser discutida no Brasil recentemente. Com a
constante preocupação em manter o emprego diante um cenário de crise e a
incessante cobrança por resultados sempre melhores, o mal já
atinge cerca de 30% dos brasileiros e 4% da população mundial, de acordo com a International
Stress Management Association (ISMA). Os números são preocupantes,
especialmente porque o Brasil só fica atrás do Japão no ranking geral da
doença.
Apesar
de ainda não ter um conceito definitivo, a Síndrome consiste no estado de exaustão emocional, mental e física do indivíduo, sempre tendo relação com o estresse excessivo e
prolongado causado pelo trabalho. Alguns
fatores, quando combinados e apresentados em excesso, servem de gatilho para
essa situação. “Entre eles, estão a rotina profissional desgastante; falta de
equilíbrio entre vida pessoal e profissional; vício em trabalho; nível muito
alto de exigência o tempo todo; problemas de relacionamento com superiores,
colegas e clientes; falta de autonomia; sentimento de autossuficiência; negatividade;
insatisfação; sentimento de exploração e desvalorização; sobrecarga e ausência
de uma válvula de escape”, enumera Zora Viana, psicóloga e coach da
Consultoria Atitude Emocional.
Os
casos se tornaram tão frequentes que a Síndrome de Burnout foi registrada
na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados
à Saúde (CID – 10) – então, ela passou a ser considerada doença ocupacional.
“Apesar de todas as profissões estarem sujeitas a ela, as mais afetadas são as
que exigem envolvimento interpessoal direto e intenso. São exemplos as áreas da
saúde, educação, assistência social, bombeiros e policiais, entre outros”,
comenta a especialista.
Apesar
de muitas pessoas a confundirem com estresse, cada um desses quadros tem suas
particularidades:
Síndrome de
Burnout.
- Falta de engajamento
- Emoções apáticas
- Falta de amparo e esperança
- Os primeiros sintomas são emocionais
- Pode causar depressão
Estresse.
- Excesso de engajamento
- Emoções exageradas
- Sensação de urgência e hiperatividade
- Os primeiros sintomas são físicos
- Pode causar transtornos de ansiedade
Como os sintomas iniciais podem se
confundir com os da depressão, é muito importante procurar a ajuda de um
profissional qualificado para um diagnóstico adequado da Síndrome de Burnout.
Vale pontuar também que ela não aparece de repente, mas, como é
silenciosa, pode ir progredindo com o passar dos anos. “Em caráter emocional, o
indivíduo que sofre da Síndrome pode apresentar comportamentos como agressividade,
isolamento, confusão interior, desânimo para o trabalho, atitudes negativas,
monotonia e sensação de que não possui tempo suficiente para realizar as
tarefas”, explica a psicóloga.
Além disso, o corpo também dá sinais
de que está exausto. “É possível que apareçam também sintomas físicos, como dor
de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores
musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrointestinais e, em
mulheres, é comum a alteração no ciclo menstrual. Alguns sintomas disfuncionais
também devem ser observados, como falta de libido ou insatisfação sexual, além
da insuficiência ou exagero do apetite e do sono”, alerta.
Para um tratamento adequado, Zora
recomenda o acompanhamento psicológico e, se necessário, psiquiátrico. Porém,
ela ressalta a importância fundamental de mudar o estilo de vida.
“É importante que o psicólogo consiga identificar se é o comportamento do
paciente ou o ambiente de trabalho que acarreta as situações de estresse”,
orienta. “Mas também não adiantará fazer uso de medicamentos e continuar com a
mesma rotina que o fez adoecer. É preciso uma mudança de posicionamento do
indivíduo sobre o ambiente, as tarefas e a rotina de trabalho”, atenta.
Por isso, a dica da especialista para
ficar longe desse problema é uma só! “Buscar qualidade de vida é o grande
segredo para superar e restabelecer o equilíbrio pessoal“, garante. Para
isso, “é recomendado avaliar as condições de trabalho, não se
sobrecarregar, prestar atenção em como começa o dia, praticar exercícios
físicos, ter uma alimentação saudável, não consumir drogas, ter momentos
de lazer, descansar a mente, controlar o estresse e aprimorar a inteligência
emocional”, finaliza.
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