O Prêmio Nobel
de Medicina deste ano foi concedido a três cientistas dos Estados Unidos que descobriram
a existência dos ritmos circadianos, o relógio biológico que todas as células
vivas têm.
Como muitos especialistas, eles
destacam a importância
de um sono bom, longo e profundo para manter a boa saúde.
O neurocientista britânico Matthew
Walker, responsável por um laboratório de sono na Universidade da Califórnia,
Berkeley, nos Estados Unidos, quer combater o estigma de que quem dorme muito
–de oito a nove horas por noite– é "preguiçoso".
É exatamente o contrário, argumenta
ele.
A falta de sono é responsável por
doenças, acidentes, problemas mentais e fadiga que afetam todos nós.
Walker compartilhou cinco dicas com a
BBC para uma noite bem dormida.
TENHA HORÁRIOS REGULARES
Acorde sempre no mesmo horário e vá
dormir sempre no mesmo horário.
Não durma tarde nos fins de semana.
Esse é um dos maiores erros que se pode cometer, uma vez que prejudica o
relógio biológico.
Chamamos isso popularmente de "jet
lag social".
Ou seja, em vez de dormir cedo na sexta
ou no sábado, você segue noite adentro na balada e volta para casa de
madrugada. Chega domingo e você dorme o dia inteiro para se recuperar e voltar
à rotina.
O resultado não pode ser pior, diz
Walker.
"Infelizmente, o cérebro não tem a
capacidade de recuperar todo o sono perdido", adverte.
MANTENHA A
TEMPERATURA BAIXA.
Evite dormir no calor.
Segundo Walker, é aconselhável tentar
manter uma temperatura fria no quarto, entre 18 e 18,5 graus Celsius.
O motivo é que seu corpo e seu cérebro
devem reduzir a temperatura média em cerca de 1 grau Celsius.
Por isso, se você morar em lugar frio,
cuidado com o aquecimento. Por outro lado, se você mora em um lugar quente,
abra as janelas, ligue o ventilador ou o ar-condicionado.
Isso permitirá que seu corpo alcance a
temperatura ideal para iniciar um sono profundo e saudável.
DURMA NO ESCURO.
Isso se tornou um problema no mundo
moderno.
Em primeiro lugar, "iluminamos a
noite", brinca Walker.
Para contornar a "deterioração
profunda do sono" causada pela luz, inclusive da iluminação pública que
adentra nossas casas, tente dormir na maior escuridão possível. Uma das táticas
é usar as chamadas "cortinas blecautes", por exemplo.
No quarto, evite dispositivos
eletrônicos com luzes no modo de espera (como TVs). Também desligue smartphones
ou tablets.
A recomendação de Walker é começar a
diminuir a luz antes mesmo de ir para cama.
"Não é necessário que todas as
luzes da casa estejam acesas", destaca o neurocientista.
NÃO FIQUE ACORDADO NA
CAMA.
Quem nunca ficou deitado na cama à
espera do sono que não vem?
Walker desaconselha o procedimento,
especialmente para aqueles que sofrem de insônia.
"Se você acordou e não consegue
dormir por 15 a 20 minutos, levante-se", diz ele. "Vá para outro
quarto, mantenha o local à meia-luz e leia um livro."
O importante é não ligar o computador
ou qualquer outro dispositivo eletrônico, como celulares ou tablets. Não cheque
mensagens ou e-mails.
Também não coma, porque isso gera o
(mau) hábito de comer durante a noite.
Somente quando você se sentir cansado e
com sono novamente, volte para a cama.
LIMITE O ÁLCOOL E A
CAFEÍNA.
Tente abster-se de beber álcool durante
a noite e pare de tomar cafeína após o meio-dia.
Algumas pessoas, contudo, reiteram que
conseguem dormir bem mesmo depois de uma taça de vinho ou uma xícara de café.
Mas Walker adverte que, mesmo se você
for uma delas, "sabemos que a cafeína permanece no sistema por várias
horas, entre cinco e seis, para ser mais exato".
"Embora você consiga dormir, esse
sono não será tão profundo enquanto a cafeína estiver circulando no
cérebro", conclui.
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