FONTE: UOL, em São Paulo, (http://estilo.uol.com.br).
A vergonha da menstruação — e da rotina que a
envolve — anda afastando as garotas da escola e de sua rotina normal no Reino
Unido.
Uma pesquisa conduzida pela ONG "Plan
International UK" com mil garotas entre 14 e 21 anos revelou que 49% das
adolescentes já perdeu um dia de aula por causa da menstruação. E nem sempre o
motivo é um desconforto ou indisposição física — e, mesmo que o seja, ele
também vem carregado de vergonha: 59% delas inventaram uma mentira ou desculpa
para a ausência na escola em vez de, simplesmente, contar que estavam
menstruadas.
82% das adolescentes revelaram que esconderam
alguma vez seus absorventes ou coletores de colegas, enquanto quase 75% não se
sentem à vontade nem mesmo para comprá-los.
Menos de um quarto das participantes acreditam que
se sentiriam confortáveis falando sobre o assunto com os colegas do sexo
masculino. Uma delas, inclusive, relatou à instituição que os meninos de seu
colégio já a colocaram em situações embaraçosas por causa da menstruação,
dizendo que "sentiam cheiro de sangue". Para eles, elas dizem, não há
necessidade de falar sobre o assunto.
A aluna Jessica*, de
17 anos, falou ao jornal britânico "The Telegraph" sobre por que
acredita que meninos também deveriam ter aulas sobre o funcionamento do corpo
feminino nas escolas.
"Apesar de eles não menstruarem, eles deveriam
aprender sobre o assunto porque estarão rodeados de pessoas que passam por isso
pelo resto da vida deles. Talvez os ajudaria a entender por que acontece e o
que acontece durante estes dias. Eles não ficariam assustados com produtos de
higiene feminina ou receosos de falar com outras pessoas se fossem educados
sobre isso".
Depois dos resultados, a ONG anunciou a campanha
#WeAllBleed nas redes sociais, para livrar meninas do estigma ao redor da
menstruação. A diretora da instituição, Tanya Barron, ainda afirmou ao jornal.
"Garotas estão nos dizendo que elas estão envergonhadas e confusas sobre
suas menstruações, um processo biológico completamente natural que acontece à
metade da população mundial".
"Como sociedade, nós silenciamos,
menosprezamos e tratamos a menstruação com eufemismos obsessivamente; e nós
precisamos lidar com o impacto que essa atitude tem sobre elas", concluiu.
*O sobrenome da personagem foi preservado pela
publicação
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