FONTE: , Juliana Tiraboschi, Em São Paulo, (http://noticias.uol.com.br).
Um novo exame que
começou a chegar nos laboratórios brasileiros nos últimos meses é capaz de
avaliar com mais precisão o risco de um paciente ter câncer de próstata e pode
reduzir em até 30% o número de biópsias desnecessárias.
O exame tradicional
para diagnosticar esse tipo de tumor detecta a quantidade de PSA no sangue, uma
proteína produzida pela glândula próstata. Quando o câncer está presente, a
próstata produz uma quantidade aumentada da enzima.
Porém, um exame
positivo não significa que o paciente necessariamente tem o tumor, já que
outras condições ou problemas de saúde podem também aumentar a concentração da
proteína do sangue. Ou porque essas situações fazem a próstata produzir mais
PSA ou porque estimulam a glândula a liberar maiores quantidades da proteína no
sangue.
Duas condições de saúde que aumentam a concentração de PSA no sangue são a prostatite, uma inflamação na glândula, e a hiperplasia da próstata, que é um aumento no tamanho do órgão, problema que pode ter causado a obstrução urológica que acometeu o presidente Michel Temer na última quarta-feira (25), e provocou sua internação. Curiosamente, outra situação que eleva o nível da proteína é andar de bicicleta, pois a pressão que o selim faz na área da glândula pode provocar uma prostatite crônica.
Por isso, quando o resultado é positivo, o médico deve excluir outras possíveis causas que justifiquem o aumento de PSA antes de indicar uma biópsia ao paciente, um procedimento invasivo, que requer sedação e diversas punções na uretra para retirada de amostras de tecido da próstata. E, ainda que raramente, pode resultar em complicações, como sangramentos e infecções. Boa parte das biópsias têm resultado negativo. Ou porque o paciente realmente não tem o tumor, ou porque o câncer pode estar em uma região da próstata da qual não foi retirada uma amostra.
Duas condições de saúde que aumentam a concentração de PSA no sangue são a prostatite, uma inflamação na glândula, e a hiperplasia da próstata, que é um aumento no tamanho do órgão, problema que pode ter causado a obstrução urológica que acometeu o presidente Michel Temer na última quarta-feira (25), e provocou sua internação. Curiosamente, outra situação que eleva o nível da proteína é andar de bicicleta, pois a pressão que o selim faz na área da glândula pode provocar uma prostatite crônica.
Por isso, quando o resultado é positivo, o médico deve excluir outras possíveis causas que justifiquem o aumento de PSA antes de indicar uma biópsia ao paciente, um procedimento invasivo, que requer sedação e diversas punções na uretra para retirada de amostras de tecido da próstata. E, ainda que raramente, pode resultar em complicações, como sangramentos e infecções. Boa parte das biópsias têm resultado negativo. Ou porque o paciente realmente não tem o tumor, ou porque o câncer pode estar em uma região da próstata da qual não foi retirada uma amostra.
Diferença entre exames.
Em circulação pelo
organismo, parte do PSA se liga a outras proteínas. O exame de sangue
tradicional avalia a relação entre o PSA livre, que é aquele que não se ligou a
nenhuma outra proteína, e a quantidade total de PSA.
O novo teste, chamado de exame de próstata phi ou índice de saúde da próstata (phi) acrescenta outro marcador: p2PSA, uma fração do PSA.
O novo teste, chamado de exame de próstata phi ou índice de saúde da próstata (phi) acrescenta outro marcador: p2PSA, uma fração do PSA.
Segundo o patologosta
Adagmar Andriolo, chefe da disciplina de Medicina Laboratorial da Escola
Paulista de Medicina (Unifesp) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de
Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, o p2PSA é como se fosse um PSA
"quebrado". "Imagine que o PSA seja um colar de pérolas com dez
contas, e o p2PSA fosse o mesmo colar, mas com oito contas, em vez de
dez." O exame novo, assim como o tradicional, usa anticorpos que reagem
especificamente a cada marcador.
Uma equação matemática calcula a relação entre os três marcadores para dar um resultado que pode indicar a presença de tumor, sugerindo também um grau de periculosidade. "Quanto mais alto o índice, maior o risco de ser um câncer agressivo", diz Andriolo. Segundo o patologista, o p2PSA é um marcador mais específico para a doença. Um exame que avalia o PSA livre e o PSA total tem um índice de acerto de cerca de 60%. Quando o p2PSA é adicionado ao teste, o índice passa a ser 90%. Ou seja, ele é um melhor "selecionador" daqueles pacientes que precisam se submeter a uma biópsia.
Porém, o exame da próstata phi não vai substituir o exame PSA tradicional, ao menos por enquanto. Ele serve mais como um complemento. "O padrão para avaliar a próstata continua sendo o exame de toque e o PSA", afirma Flavio Trigo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo.
Uma equação matemática calcula a relação entre os três marcadores para dar um resultado que pode indicar a presença de tumor, sugerindo também um grau de periculosidade. "Quanto mais alto o índice, maior o risco de ser um câncer agressivo", diz Andriolo. Segundo o patologista, o p2PSA é um marcador mais específico para a doença. Um exame que avalia o PSA livre e o PSA total tem um índice de acerto de cerca de 60%. Quando o p2PSA é adicionado ao teste, o índice passa a ser 90%. Ou seja, ele é um melhor "selecionador" daqueles pacientes que precisam se submeter a uma biópsia.
Porém, o exame da próstata phi não vai substituir o exame PSA tradicional, ao menos por enquanto. Ele serve mais como um complemento. "O padrão para avaliar a próstata continua sendo o exame de toque e o PSA", afirma Flavio Trigo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo.
Esses são os exames
que apresentam melhor custo-benefício para a população em geral. O médico faz
uma analogia ao padrão de exames na saúde feminina. "Todas as mulheres
precisam fazer papanicolau, mas só naquelas que apresentam resultados alterados
é necessário fazer colposcopia, não precisa fazer na população inteira",
afirma.
Ou seja, para aqueles que apresentam um índice de PSA alto, o exame phi serve como mais uma etapa de triagem antes de encaminhar o paciente para a biópsia. Segundo Trigo, o teste também serve para acompanhar homens já diagnosticados com câncer, mas que ainda não apresentam necessidade de passar por um procedimento cirúrgico.
Ou seja, para aqueles que apresentam um índice de PSA alto, o exame phi serve como mais uma etapa de triagem antes de encaminhar o paciente para a biópsia. Segundo Trigo, o teste também serve para acompanhar homens já diagnosticados com câncer, mas que ainda não apresentam necessidade de passar por um procedimento cirúrgico.
Nesse caso, o phi
serve como uma das ferramentas de "vigilância ativa", que é o
monitoramento do tumor. Se o teste indicar que a doença está se tornando mais
agressiva, o médico pode solicitar outros exames, como ressonância, ou partir
para um tratamento. O exame phi está disponível em alguns laboratórios
brasileiros e custa cerca de R$ 700.
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