terça-feira, 31 de outubro de 2017

JUIZ USA PASSAGEM BÍBLICA PARA ABSOLVER AGRESSORES...

FONTE: Leiajá, site parceiro do Leiamais.ba,(http://leiamais.ba).   


Trata-se de um caso de violência doméstica, em que a vítima foi agredida pelo ex-marido e pelo homem com quem tinha mantido uma relação extraconjugal. O fato foi em Portugal.


Em Portugal, dois homens foram absolvidos em segunda instância pelo juiz desembargador do Tribunal da Relação do Porto (POR), Neto de Moura. Segundo o Jornal Público, trata-se de um caso de violência doméstica, em que a vítima foi agredida pelo ex-marido e pelo homem com quem tinha mantido uma relação extraconjugal (que motivou a separação do casal, meses antes da agressão). Em junho de 2015, depois de a mulher ser sequestrada pelo ex-amante, que lhe pedia que retomassem a relação, o homem chamou o ex-cônjuge da vítima para juntos a agredirem. Na agressão, foi usado um bastão com pregos. 
O juiz que absolveu o então marido e o amante da mulher, acusados da agressão, se baseou em passagens da Bíblia, culpabilizando a vítima. Ao que consta na decisão: “Ora, o adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem. Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte. Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte. Ainda não foi há muito tempo que a lei penal (Código Penal de 1886, artigo 372.0) punia com uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando sua mulher em adultério, nesse ato a matasse”, explicou.
As declarações constam de um acórdão do Tribunal da Relação do Porto, Portugal, de 11 de outubro, que confirma a condenação de dois homens a penas suspensas por violência doméstica e outros crimes. Fora de contexto, as palavras escritas pelo relator, o juiz desembargador Neto de Moura levaram alguns especialistas a questionar se trataria de um processo atual, compartilhou o Público. Ao que o Jornal Público apurou, "existe pelo menos mais um processo em que é possível encontrar na argumentação deste magistrado um ataque às 'mulheres adúlteras' nas suas sentenças".

Em Portugal, o caso está gerando bastante discussões. Movimentos feministas do país se solidarizaram com a vítima.

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