FONTE:, (http://noticias.uol.com.br).
Amanda Cook fuma há
muito tempo. Quando seus filhos a visitam com os netos, ela evitar fazer isso,
mas não se incomoda em acender um cigarro quando está sozinha com "seu
bebê", a cadela Millie. Mas isso não é uma boa ideia, dizem cientistas.
Animais de estimação
correm um risco igual ou maior de serem vítimas de fumo passivo do que humanos,
diz uma pesquisa da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Eles inalam mais
fumaça e, por causa de sua rotina de limpeza, ingerem nicotina ao limpar seus
pelos e penas.
Assim, cães podem
desenvolver câncer de pulmão ou de cavidade nasal e seios paranasais. Gatos
podem ter linfoma, e pássaros, coelhos e porquinhos-da-índia têm mais chances
de sofrer de problemas respiratórios e doenças de pele. Os especialistas
esperam que esses resultados motivem os donos dos animais a parar de fumar.
Uma campanha de
conscientização está sendo realizada pelo Royal College of Veterinary Surgeons
(RCVS) e o Royal College of Nursing (RCN), as maiores associações britânicas de
veterinários e enfermeiras respectivamente, para informar sobre os danos que
podem estar causando.
"Muitas pessoas
ficariam horrorizadas ao descobrir que o fumo passivo pode prejudicar seus
animais e, em alguns casos, encurtar muito a vida deles", diz Wendy
Preston, da RCN. "Queremos facilitar a conversa sobre isso entre
veterinários e enfermeiras veterinárias com os donos dos pacientes."
Simon Clark, diretor
do grupo Forest, grupo que defende os direitos de fumantes, diz que os riscos
identificados pelo estudo estão sendo "muito exagerados" e que são
uma distração para casos genuínos de abuso de animais.
Quais são os riscos?
Renomada por seu
hospital veterinário, a Universidade de Glasgow vem realizando estudos sobre os
efeitos do fumo passivo em animais de estimação há vários anos.
A pesquisadora Clare
Knottenbelt diz que foram recrutados 40 cães, metade deles de lares com
fumantes, e amostras de pelos foram analisadas para saber seu nível de
nicotina, enquanto os donos preencheram questionários detalhando a frequência
com que eles e seus visitantes fumam em casa.
O mesmo foi feito com
60 gatos de estimação, com atenção especial para uma possível ligação entre
fumo passivo e o linfoma felino, um tipo de câncer que afeta os glóbulos
brancos desses animais.
Ela diz que os
pesquisadores tiveram de levar em conta ainda as diferenças entre o
comportamento de cães e gatos, destacando que felinos andam mais livremente por
aí e podem estar expostos à fumaça de outras casas ou quando estão próximos de
bares e locais onde há muitos fumantes.
"Um gato pode
viver em uma casa sem fumantes e ainda assim ter altos níveis de
nicotina", diz Knottenbelt.
Clark, do Forest,
desconsiderou a pesquisa dizendo: "A melhor coisa que alguém pode fazer
por seu animal de estimação é dar um lugar confortável para viver, onde ele se
sinta seguro e bem cuidado".
E quanto a Amanda e
Millie? A cadela teve seu pelo analisado e foi encontrado nele níveis de
nicotina 70 vezes mais alto que em outros cães que vivem onde não se fuma
tabaco.
"Não quero fazer
mal a ela", diz Amanda, que, a partir de agora, mudará seus hábitos.
"Nada de fumar dentro de casa."
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