FONTE: *** Jairo Bouer, http://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br
As taxas de suicídio de
crianças de 5 a 12 anos, nos Estados Unidos, são duas vezes mais comuns na
população negra. Os dados, que acabam de ser publicados no periódico Jama
Pediatrics, mostram que houve uma mudança de padrão nessa faixa etária nos
últimos 15 anos. Até então, a ocorrência era mais comum em brancos, e ainda é,
quando se leva em conta outras idades.
De 2001 a 2015, de
acordo com o estudo, foram registradas 13.341 mortes por suicídio entre
crianças e adolescentes brancos, e 1.666 mortes entre negros. Mas quando se
analisa apenas as mortes de crianças de 5 a 12 anos, o cenário se reverte. Já
dos 13 aos 17 anos, as taxas voltam a ser cerca de 50% mais altas para as
crianças brancas. Qualquer que seja a idade, jovens do sexo masculino são mais
propensos a terminar a própria vida.
Os pesquisadores não
sabem explicar essas diferenças. Eles ressaltam que a maioria dos trabalhos
sobre fatores de risco para o suicídio infantil envolve brancos, e que é
importante aprofundar as pesquisas para entender essas disparidades e
direcionar políticas públicas. Questões como menor acesso aos serviços de saúde
e envolvimento da família em situações de violência podem estar por trás dessa
vulnerabilidade das crianças negras.
No Brasil, segundo
dados divulgados pelo Ministério da Saúde no ano passado, cerca de 11 mil
pessoas se suicidam a cada ano, sendo que a mortalidade é mais prevalente na
faixa dos 70 anos ou mais. Mas o número de jovens tem aumentado. Entre jovens
de 15 a 29 anos do sexo masculino, essa é a terceira principal causa de morte
entre jovens de 15 a 29 anos.
Na população indígena,
a taxa é quase três vezes maior que a registrada entre brancos e negros. Vale
destacar que índios de 10 a 19 anos representam 45% das mortes por suicídio
nessa faixa etária, ou seja, quase metade.
Os autores do estudo
norte-americano, coordenados pelo epidemiologista Jeff Bridge, do Nationwide
Children Hospital, encorajam os pais a falarem sobre o assunto com as crianças.
Mas a verdade é que eles têm medo de trazer a ideia à tona. Seja qual for a
decisão, é importante ficar atento a possíveis sinais de risco, como alterações
de humor, tendência ao isolamento, sentimentos de desesperança, raiva,
ansiedade e problemas de relacionamento na família ou na escola.
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