Pesquisadores da
Universidade de Emory (EUA) reduziram o apetite de pacientes obesos ao
“congelar” o nervo que dá sinais ao corpo de que estamos com fome.
O novo tratamento
experimental foi apresentado no congresso da Sociedade de Radiologia
Intervencionista e 100% dos pacientes sentiram menos fome e não tiveram efeitos
colaterais adversos. Segundo os pesquisadores, a maioria emagreceu ao longo dos
90 dias em que foram analisados.
David Prologo,
principal autor do estudo, explica que um sinal --na forma de um pequeno
impulso elétrico -- sobe do estômago para o cérebro ao longo do nervo vago,
criando a sensação de fome. As pessoas com sobrepeso ou obesidade, que costumam
sentir fome mesmo depois de ingerirem muitas calorias, têm esse sinal em
excesso.
Um segundo sinal corre
na direção oposta ao longo do nervo vago --do cérebro ao estômago -- e dá o
comando para que a comida se mova através do sistema digestivo.
Para facilitar o
emagrecimento, Prologo e sua equipe usaram a tomografia computadorizada para
encontrar um tronco do nervo vago dos 10 participantes do estudo.
Eles, então,
anestesiaram a área e inseriram gás de argônio gelado em um segmento do nervo
vago. O procedimento leva cerca de 25 minutos e é praticamente indolor.
Prologo explica que
eles congelaram apenas metade dos canais disponíveis para o sinal, para que os
pacientes não corressem o risco de perder o apetite completamente.
Quando os pesquisadores
foram analisar a fome dos participantes depois de 30, 60 e 90 dias, todos
relataram sentir menos apetite. Após 90 dias do procedimento, todos, exceto um
paciente, perderam um pouco de peso.
Os efeitos das ablações
nervosas geralmente duram entre nove e 12 meses, o que Prologo acredita ser
tempo suficiente para que as pessoas incorporem novos hábitos saudáveis na
rotina.
A esperança dos
pesquisadores é que, depois que o nervo recuperar a funcionalidade completa,
ele mude seu padrão.
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