Neste sábado, 28, é
celebrado o Dia Mundial de Prevenção e Controle da doença.
"Julho Amarelo”
é o nome dado ao mês escolhido para intensificar a Campanha Mundial de
Prevenção e Controle de Hepatites Virais, doenças que afetam o fígado, atingem
aproximadamente 700 milhões de pessoas e são responsáveis por 1,4 milhões de
mortes no mundo ao ano.
Existem diversos tipos
de hepatites, porém as mais comuns são as do tipo A, B e C. A hepatite do tipo
A é a forma mais comum da doença adquirida, geralmente, pela ingestão de água e
alimentos contaminados com coliformes fecais.
“Os sintomas da
hepatite A se assemelham a uma virose. O tratamento é bastante simples e
consiste na ingestão de líquido, uma dieta equilibrada e repouso”, diz o
Coordenador Geral do Curso de Medicina da FTC, Membro Titular da Sociedade
Brasileira de Hepatologia e Doutor em Medicina pela Universidade de Barcelona,
André Nazar.
Segundo Nazar,
implantação de redes de água e esgoto adequadas, alimentação cozida, lavagem
das mãos antes das refeições e sempre que for ao banheiro são medidas básicas
de higiene que contribuem para a prevenção da doença.
Já a hepatite do tipo B
pode levar à forma crônica da doença e tem sua forma de contágio através da
relação sexual sem proteção ou contato com sangue de pessoas contaminadas, além
da transmissão de mãe para filho durante o parto.
“A vacina contra a
hepatite B faz parte do programa nacional de imunizações e toda população tem
acesso porque é dada, gratuitamente, nos postos de saúde. O ideal é que a
criança seja vacinada nas primeiras doze horas após o nascimento e a imunização
é válida por toda vida”, destaca o médico.
Apesar da facilidade de
acesso à vacinação, Nazar destaca que ao ser infectado o paciente precisará de
acompanhamento médico mesmo após o controle da proliferação do vírus no corpo.
“O tratamento, da forma
crônica da doença tem resposta favorável, na maior parte dos casos, mas o
paciente necessitará utilizar medicação para o resto da vida, assim como ser
acompanhado por um hepatologista para sempre”, afirma ele.
Considerado mais novo,
em termos de conhecimento científico que os tipos A e B, o vírus da hepatite
tipo C foi descoberto em 1989 e é um dos mais prevalentes na atualidade, apesar
do tratamento, pois seus sintomas só se manifestam nos casos em que já está em
fase avançada. A transmissão está relacionada ao contato direto com sangue.
“A utilização de
alicates de unhas não esterilizados ou esterilizados de maneira incorreta,
agulhas utilizadas para fazer tatuagens e a manipulação de objetos perfuro
cortantes são alguns dos meios mais comuns de contágio”, relata o professor
Nazar.
O tratamento para o
vírus tipo C é realizado com drogas potentes e duram em média três meses, com
uma resposta ao tratamento considerada muito boa pelos especialistas.
“Há cinco anos surgiu
um arsenal de drogas que revolucionou o mercado proporcionando êxito no tratamento
com chance de resposta virológica de 98%. Apesar do preço elevado, os
medicamentos são disponibilizados gratuitamente pelo Ministério da Saúde para
os pacientes em tratamento. A expectativa é que tenhamos uma queda abrupta na
quantidade de indivíduos infectados, em poucos anos, graças aos avanços
terapêuticos”, destaca André Nazar.
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