A bandeira tarifária
vermelha tem o custo adicional na conta de luz de R$ 5 a cada 100 kWh.
O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luís
Eduardo Barata, informou ontem (26) que a bandeira tarifária deverá continuar
vermelha em agosto, uma vez que o país enfrenta adversidades climáticas em
razão da falta de chuva, predominante agora em julho.
A bandeira tarifária vermelha (patamar 2) tem o custo adicional na conta
de luz de R$ 5 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. A repetição da
bandeira do mês de junho deve-se à manutenção das condições hidrológicas
desfavoráveis e à tendência de redução no nível de armazenamento dos principais
reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN).
“A bandeira vermelha deve continuar em agosto e a tendência é de que ela
deva permanecer até o final do período seco. A situação hidrológica encontra-se
em situação adversa de norte a sul do país e a chuva não cai”, explicou.
Eduardo Barata, no entanto, afastou o risco de desabastecimento de
energia elétrica. “A energia estará mais cara, embora não haja risco de
desabastecimento. Mas com certeza a um custo [da energia] bem maior. Isto
significa que é importante que se reduza o consumo, o que também
consequentemente acarretará na redução do custo para o consumidor final. Reduz
o consumo, reduz o custo”, disse.
El Niño.
O diretor geral disse que trabalha com a expectativa da chegada do
fenômeno conhecido como El Niño, que vem trazendo chuvas para o Sul do país e
deverá melhorar a situação hidrológica da região e, consequentemente, também
melhorar a oferta de energia elétrica nos estados da região.
“O que tem acontecido hoje é que como não vem chovendo nesse período, e
as chuvas no Sul estão muito escassas, o Sudeste é que está tendo que fornecer
energia para a região. Na medida em que começar a chover no Sul, a gente começa
a gerar [energia] por lá. E aí o Sudeste é desonerado”.
Eduardo Barata disse que o que vem, em parte, contribuindo para o
fornecimento de energia no país, é a Região Nordeste, uma vez que as usinas
eólicas estão “bombando”. “E este é um fenômeno que deverá continuar pelos
próximos dois meses, uma vez que esse período que vai até setembro é o ponto
alto dos ventos nos estados do Nordeste. São as eólicas instaladas em grande
quantidade na região, aliada às térmicas [usinas] que seguram o suprimento de
energia nos estados da região e ainda permite a exportação do excedente pelo
Sistema Interligado Nacional”.
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