Manter os dentes saudáveis é algo que deve fazer parte da rotina diária
de todas as pessoas. No entanto, muita gente se esquece de dar a devida atenção
para a gengiva, o que pode ocasionar doenças como gengivite e periodontite.
Caracterizadas por uma inflamação na região, ambas têm como causa inicial
o acúmulo e proliferação de placa bacteriana no espaço que existe ao redor dos
dentes, chamado sulco gengival.
Esses problemas podem gerar incômodos como sangramento, dor, inchaço, mau hálito e até deslocamento ou perda dos dentes.
Qual a diferença entre
gengivite e periodontite?
A gengivite nada mais é do que a inflamação da margem da gengiva,
provocada pelas bactérias que formam o tártaro. O problema é reversível e tem
como principais sintomas coloração avermelhada da região, inchaço e
sangramento. Aliás, este último sinal é o mais significativo, pois gengiva
saudável não sangra em hipótese alguma.
Já a periodontite é uma evolução da gengivite, e ocorre quando a
inflamação progride e afeta os tecidos que suporte aos dentes, como o osso e o
ligamento periodontal. O problema gera secreção purulenta, halitose, coceira na
região, afastamento e até queda dos dentes. A periodontite não tem cura, mas é
possível controlá-la com tratamento adequado.
Como evitar?
Não há segredo. Basta tomar os cuidados básicos de higiene bucal para
controlar a placa bacteriana: passar fio dental e escovar os dentes após todas as refeições, além de usar antisséptico bucal. Também é
importante fazer periodicamente --pelo menos a cada seis meses -- uma limpeza
de dentes com um profissional.
Caso a inflamação apareça, o tratamento envolve desde a orientação de
como fazer a correta higiene oral e o uso de produtos específicos até
procedimentos cirúrgicos.
O que aumenta o risco
do problema?
Além de quem não faz corretamente a higiene bucal, fumantes e portadores
de diabetes tipo 2 têm mais chance de desenvolver problemas na gengiva, em
razão de uma diminuição natural de bactérias "boas" que protegem a
boca. Um estudo recente também mostrou que o consumo regular de álcool pode diminuir o número
desses micro-organismos.
No caso de quem fuma, o tabaco tem uma ação direta nos tecidos gengivais
e mascara a doença, pois promove uma diminuição do diâmetro dos vasos
sanguíneos, impedindo o sangramento, o que impossibilita identificar uma
inflamação em um primeiro momento. Já no diabetes há uma via de mão dupla, pois
a glicemia alta acentua a doença periodontal. Por outro lado, se a doença
periodontal está mal controlada também afeta a glicemia, que não abaixa.
Por tudo isso, procure manter uma boa higiene oral, hábitos e alimentação
saudáveis e insira em sua rotina consultas regulares com um periodontista.
***
Fontes: Giuseppe
Alexandre Romito, professor titular da Universidade de São Paulo (USP); José
Peixoto Ferrão Junior, coordenador do curso de periodontia da Associação
Brasileira de Odontologia (ABO) de Mato Grosso do Sul; Sung Hyun Kim,
coordenador do curso de periodontia da ABO do Paraná; Michelle De Franco
Rodrigues, dentista da clínica Sorridents de São Paulo.
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