Pessoas que se sentem fracas ou tontas quando se levantam têm 54% mais
chances de desenvolver demência, de acordo com um novo estudo, publicado na
quarta-feira (25) no periódico Neurology. Além disso, os pesquisadores alertaram que os indivíduos que sofrem
dessa queda súbita da pressão arterial ao se levantarem têm o dobro do risco de
acidente vascular cerebral isquêmico.
"Chamada de hipotensão ortostática, essa queda de pressão tem sido
associada a doenças cardíacas, desmaios e quedas, por isso queríamos realizar
um grande estudo para determinar se essa forma de pressão baixa também estava
ligada a problemas no cérebro, especificamente a demência", diz a autora
do estudo, Andreea Rawlings, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins
Bloomberg, nos Estados Unidos.
A pesquisa envolveu 11.709 pessoas com uma idade média de 54 anos que
foram acompanhados por 25 anos. Nenhum tinha histórico de doença cardíaca ou
acidente vascular cerebral no início do estudo.
Durante o exame inicial, os participantes foram instruídos a se deitar
por 20 minutos e depois se levantar em um movimento suave e rápido. A pressão
sanguínea foi medida cinco vezes quando os participantes estavam em pé.
Os pesquisadores determinaram que 552 voluntários, ou 4,7%, tinham
hipotensão ortostática no início do estudo. Durante a pesquisa, 1.068 pessoas
desenvolveram demência e 842 tiveram um acidente vascular cerebral isquêmico,
ou seja, quando o fluxo sanguíneo é bloqueado para parte do cérebro.
Os pesquisadores descobriram que aqueles que tinham hipotensão
ortostática no início do estudo tinham um risco 54% maior de desenvolver
demência do que aqueles que não apresentavam queda de pressão. Um total de 999
dos 11.156 sem hipotensão ortostática, ou 9%, desenvolveram demência. Aqueles
com queda de pressão súbita também tiveram o 15,2% mais risco de acidente
vascular cerebral isquêmico, em comparação com 6,8% dos indivíduos sem
hipotensão ortostática.
"Medir a hipotensão ortostática na meia-idade pode ser uma nova
maneira de identificar pessoas que precisam ser cuidadosamente monitoradas
quanto à demência ou acidente vascular cerebral", conclui Rawlings.
"Mas mais estudos são necessários para esclarecer o que pode estar
causando esses vínculos, bem como para investigar possíveis estratégias de
prevenção."
Para este estudo, a pressão arterial baixa em pé foi definida como uma
queda de pelo menos 20 milímetros de mercúrio (mmHg) na pressão arterial
sistólica, que é a pressão nos vasos sanguíneos quando o coração bate, ou pelo
menos 10 mmHg no sangue diastólico, quando o coração está em repouso. A pressão
arterial normal é inferior a 120/80 mmHg.
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