A forma como cada um de
nós responde aos estímulos da vida diária não está relacionada exclusivamente
aos ensinamentos recebidos dos pais, parentes e amigos ou às situações em que
somos protagonistas ou coadjuvantes. É muito anterior a isso. De acordo com o
ginecologista, obstetra e autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o
olhar do obstetra”, Domingos Mantelli, a formação emocional e racional começa
no útero das mães.
“As emoções
maternas podem afetar o inconsciente fetal em formação e gerar doenças físicas
e emocionais após o nascimento. Por exemplo, em um estresse muito grande na
gravidez, a mãe libera uma série de hormônios: adrenalina, noradrenalina e
cortisol, que se eleva. Esses hormônios vão mexer com a arquitetura cerebral do
bebê em formação e a chance dessa criança, na vida adulta, ser depressiva é
quatro vezes maior. O risco de nascer com autismo ou esquizofrenia é o dobro”,
aponta o especialista.
O contrário também é
verdadeiro. Se a mãe tiver o correto preparo, será capaz de criar crianças e
adultos mais tranquilos e equilibrados, racionalmente e emocionalmente. “Quando
a gente fala em pré-natal, a gente pensa em exames. Quando a gente fala em bebê
genial, a gente está pensando em emoções, infelizmente a parte em que o médico
não tem controle. Por isso, é importante que a mulher conheça os problemas que
pode gerar e as técnicas para amenizar tudo isso”, argumenta Mantelli.
O desenvolvimento de
seres humanos melhores, segundo o ginecologista, também envolve o parto. “É
preciso mudar a forma de trazer os bebês ao mundo, independente de ser normal
ou cesariana. Dá, inclusive, para humanizar uma cesariana e fazer com que ela
seja tão emocionante, tão gostosa e os pais aproveitem tanto quanto um parto
normal, interagindo, com silêncio na sala de parto, fazendo com que o bebê
nasça com a voz do pai, sem luz em cima do bebê, com a música ambiente que a
mãe, de repente, utilizou para fazer um relaxamento na gravidez”, explica o
obstetra.
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