Publicado no início do mês na revista científica Science Advances, o estudo "Aspirational pursuit of mates in
online dating markets" (algo
como procura por parceiros no mercado de namoro online) acompanhou por um mês
as trocas de mensagens de cerca de 200 mil usuários em um "aplicativo de
relacionamentos gratuito e muito famoso". O objetivo era medir a
"desejabilidade" dos usuários. Ou seja, entender qual o perfil mais
desejável de parceiro com base nas características de cada usuário e na
quantidade de mensagens que cada um deles recebeu.
O resultado surpreende. De acordo com os dados, os pesquisadores
apontaram que homens atingem o seu pico de 'desejabilidade" aos 50 anos de
idade. A atratividade também aumenta quanto maior for a escolaridade do
pretendente.
Já para as mulheres, o resultado é bem diferente. O pico delas é aos 18
anos, e essa taxa de desejabilidade cai a partir daí, ou seja, dos 19 anos para
frente, elas se tornam cada vez menos desejáveis. De maneira oposta aos homens,
quanto maior a escolaridade delas, menos interessantes elas são aos olhos
masculinos, segundo o estudo.
Homens querem beleza,
mulheres algo a mais.
Na análise do psicólogo Rodrigo Potechi, a desejabilidade feminina é
relacionado à beleza externa da mulher. "Essa questão das mulheres
alcançarem o pico de desejabilidade aos 18 anos tem muito mais a ver com o
desejo, com a fantasia do homem de 'possuir' uma mulher virgem, ser o primeiro
homem para ela, além de ser uma idade em que, em teoria, a mulher está no ápice
de seu vigor e forma física", explica ele.
Ainda que mulheres tenham desejos sexuais na mesma intensidade e
frequência que homens, Potechi aponta que as prioridades para elas são
diferentes. "A mulher busca um homem que possa ser seu companheiro e tenha
uma vida estável", diz ele, o que pode justificar a predileção das
mulheres por homens mais velhos e mais escolarizados.
Em resumo, o psicólogo acredita que a pesquisa mostra um perfil
conservador de usuários, com valores mais antiquados. Para o futuro, é provável
que os resultados de uma pesquisa deste tipo sejam mais diversos, considerando
o fortalecimento crescente do movimento feminista e a maior difusão das redes
sociais no campo afetivo.
"A tecnologia mudou tudo em nossas vidas, e vai mudar ainda mais.
Estamos descobrindo novas formas de nos relacionar, e os moldes antigos de
relacionamento podem não mais servir para o futuro. É uma evolução constante",
finaliza.
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