Estudo sugere que
hábitos alimentares devem estar alinhados com o "relógio biológico".
Uma pesquisa que
analisa o ritmo circadiano – período de 24 horas em que se baseia o relógio
biológico – aponta que as pessoas devem limitar a alimentação às primeiras oito
a dez horas em que estão acordadas, para dar ao corpo tempo suficiente para
digerir os alimentos, descansar e se recuperar.
O estudo foi realizado
pelo pesquisador Satchin Panda, professor do Salke Institute, em Dallas, nos
Estados Unidos, e vai na contramão dos nutricionistas que recomendam que a
alimentação deve ser feita em intervalos regulares, sem pular nenhuma refeição.
O pesquisador explica
que o corpo funciona melhor quando os hábitos alimentares estão alinhados ao
ritmo circadiano. "Isso significa que todos os hormônios, todas as
substâncias químicas do cérebro, todas as enzimas e até mesmo todos os genes no
genoma aumentam e diminuem em determinados momentos do dia", afirma.
Panda destaca que assim
como existe um momento ideal para dormir, há um momento adequado para se
alimentar, estudar e praticar exercícios físicos. “O que estamos descobrindo é
que nosso corpo é voltado para digerir alimentos e absorver nutrientes apenas de
oito a dez horas por dia”, completa. "Fora deste período, o nosso relógio
circadiano vira a chave, e o nosso corpo entra num modo diferente para
recuperar, restaurar e rejuvenescer", acrescenta.
Em 2012, o pesquisador
e seus colegas do Instituto Salk realizaram um estudo com dois grupos idênticos
de ratos. O primeiro grupo recebeu alimentos ricos em gordura e açúcar e
puderam comer sempre que quisessem. Já o segundo grupo recebeu a mesma
quantidade de alimentos, mas com um intervalo de oito horas.
Após quase cinco meses,
os ratos que se alimentaram sem restrição de horário estavam obesos e
diabéticos, com colesterol alto e problemas intestinais. Os que tiveram a mesma
dieta, mas com o intervalo de oito horas estavam completamente saudáveis.
Segundo Panda, quando
paramos de comer, as toxinas do ambiente e dos alimentos são eliminadas, os
níveis de colesterol reduzidos, os músculos, a pele, o revestimento do
intestino e até o DNA são reparados. Continuar comendo depois desse intervalo
de oito a dez horas prejudica os processos, pois o corpo passa a focar na
digestão e no processamento de nutrientes. "Fazer esse intervalo oferece
os melhores resultados para a saúde. Mas muitas pessoas não gostam da palavra
jejum", afirma.
O pesquisador diz que
não sugere o que e em que quantidade as pessoas devem comer, mas que precisam
ter em mente os horários em que se alimentam e reservar de oito a dez horas
para isso. “Fora desse horário, até comida saudável pode se tornar uma
porcaria”, finaliza.
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