Inspirar pelo nariz e expirar
pela boca. Essa ação, que para muitas pessoas parece tão simples, para outras
pode ser uma dificuldade e tanto. Afinal de contas, a respiração nasal é
fisiológica e deve acontecer naturalmente e de forma imperceptível.
Já a respiração oral,
acontece, na maioria das vezes, em consequência da impossibilidade de puxar o
ar pelo nariz, seja por alguma obstrução, como um desvio de septo nasal,
aumento das conchas nasais, processos inflamatórios e infecciosos (gripes,
resfriados, sinusites, rinites,
tumores nasais, entre outros), ou até mesmo por alterações neurológicas e
anatômicas do sistema respiratório.
E como respirar pela
boca não é nada normal, é preciso identificar qual a causa dessa obstrução,
para que assim seja realizado o tratamento ideal. Em casos de rinite alérgica,
desvio de septo nasal e sinusite, por exemplo, o otorrinolaringologista pode
optar pelo tratamento clínico, associado ou não ao cirúrgico. Mas, geralmente,
a terapia deve ser feita de forma multidisciplinar, o que envolve uma equipe
composta também por fonoaudiólogos, dentistas, dentre outros profissionais.
Agora, se a pessoa não
procurar nenhum tipo de tratamento, pode ser que, além do incômodo da
respiração pela boca, outros problemas também venham a surgir, como alguns
desses que listamos a seguir.
Infecções
das vias aéreas.
Ao respirar pelo nariz,
o ar passa por um processo de filtração, aquecimento e umidificação. Tudo isso
para tentar evitar que germes e bactérias entrem no organismo e cheguem até os
pulmões.
Quando a pessoa puxa o
oxigênio pela boca, essa ação não acontece, o que pode fazer com que esses
micro-organismos naveguem sem grandes problemas para dentro do corpo,
principalmente para a garganta, causando infecções não só nesse ponto, mas em
outras partes das vias aéreas.
Portanto, faringites,
amigdalites, otites, resfriados, gripes e pneumonias são algumas dessas
contaminações que podem surgir de forma constante por conta da respiração oral.
Claro que é preciso buscar ajuda médica para o tratamento dessas doenças, mas é
de extrema importância procurar uma terapia definitiva para conseguir respirar
normalmente pelo nariz.
Ronco.
Causado pela vibração
dos tecidos da garganta, que apresentam uma maior flacidez, o ronco
acontece por conta de uma obstrução nasal ou pelo aumento da amígdala e base da
língua.
Na hora de dormir, as
pessoas que apresentam maior tendência a roncar normalmente mantêm a boca
aberta para facilitar a respiração. Durante o sono, os efeitos da força da
gravidade agindo sobre a garganta, principalmente quando a pessoa dorme de
barriga para cima, pode intensificar ou facilitar o aparecimento do ronco.
Para as crianças entre
2 e 7 anos que apresentam o problema, se o ronco não for resolvido, podem
ocorrer alterações no desenvolvimento dos ossos do crânio e da face. Com o
passar dos anos, outros distúrbios podem surgir, como céu da boca alto e
ovalado, arcadas dentárias estreitas, nascimento dos dentes permanentes tortos
e queixo retraído.
Já na fase adolescente
e adulta, a presença de ronco em consequência da obstrução da via aérea pode
causar despertares frequentes com fragmentação do sono e consequências ao longo
do dia, como sonolência excessiva, piora da produtividade e da qualidade da
vida.
Inchaço
abdominal.
Ao respirar pela boca,
a pessoa pode engolir muito ar, o que leva ao acúmulo de gases no estômago e
intestino, que distendem as vísceras e causam dor e desconforto na região do
abdômen. Se a pessoa não procurar ajuda médica para o melhor tratamento, em
longo prazo, o inchaço abdominal pode causar dor, desconforto, flatulência,
além de contribuir para o desenvolvimento da síndrome do intestino irritável,
que é caracterizada por dor abdominal crônica e alterações no hábito
intestinal.
Apneia.
Ocorre quando, durante
o sono, a pessoa para de respirar de forma transitória por conta de alguma
obstrução na faringe. Muito comum em quem respira pela boca, a apneia,
em longo prazo, pode levar ao desenvolvimento de hipertensão
arterial sistêmica, infarto
agudo do miocárdio, acidente
vascular cerebral, diabetes,
entre outras doenças.
Além disso, a piora da
qualidade de vida e a maior chance de acidentes no trânsito e no dia a dia
também podem acometer quem sofre de apneia do sono.
Dores
nas costas.
Normalmente, uma das
causas da respiração bucal é a má oclusão dentária. Portanto, quando os dentes
estão desalinhados, as musculaturas da mandíbula, do pescoço e das costas, que
estão interligadas, são exigidas de maneira mais intensa. Além disso, quando a
pessoa inspira o ar pela boca, automaticamente, ela muda sua postura,
projetando a cabeça para frente a fim de facilitar a entrada de ar, forçando os
mesmos músculos citados.
A longo prazo,
problemas posturais são comuns, causando não somente dores nas costas, mas até
mesmo nos joelhos e nos pés.
Para o tratamento, tudo
começa pela investigação da causa da respiração bucal, sendo que um dentista é
o profissional indicado para tratar a má oclusão, e um médico otorrinolaringologista
para tratar quaisquer condições que possam estar relacionadas à obstrução
nasal. Um médico ortopedista e um fisioterapeuta podem contribuir com o
tratamento para alinhar a postura e aliviar as dores nas costas.
Diminuição
do olfato e do paladar.
Respirar pelo nariz faz
com que o fluxo de ar leve as partículas odoríferas até os receptores do
olfato, que se localizam na porção superior da cavidade nasal. Com a obstrução
do nariz e a respiração pela boca, esse mecanismo é impedido e consequentemente
ocorre a redução do olfato.
Já o paladar, por estar
diretamente ligado ao cheiro do alimento, também acaba sendo prejudicado.
Então, ao longo do tempo, os malefícios à saúde olfativa se tornam crônicos e
podem ser permanentes. Ou seja, a pessoa pode ter dificuldades em sentir o
sabor e o cheiro dos alimentos para sempre.
Halitose.
Quem respira pela boca
apresenta maior ressecamento bucal, e isso aumenta a descamação das células da
mucosa oral e também das bactérias que se alimentam dessas partículas. Então,
com a respiração bucal, esses germes acabam se proliferando, e em conjunto com
os restos de alimentos e células descamadas, há a formação da chamada saburra
lingual, uma camada de placa esbranquiçada que fica sobre a língua, e é a
principal causa da halitose.
Com o passar do tempo,
e sem o tratamento para a respiração pelo nariz, a halitose pode ser tornar
crônica. Ou seja, constantemente a pessoa terá mau hálito, podendo estar mais
ou menos agravada conforme a existência de outras causas e os cuidados que se
toma diariamente com a saúde bucal.
Dificuldade
em realizar atividades físicas.
Quando a pessoa não
respira pelo nariz, o corpo possui menor quantidade de oxigênio circulante, o
que diminui a capacidade pulmonar do indivíduo. Por isso, o desempenho em
qualquer atividade física é menor, e o cansaço e a fadiga ocorrem mais
rapidamente.
A longo prazo, essas
consequências se tornam mais significativas, além de causarem uma sobrecarga
adicional ao sistema cardiovascular, que trabalha com menor oferta de oxigênio
e nutrientes necessários. As consequências disso avançam para problemas
vasculares sérios, como desenvolvimento de hipertensão arterial.
Piora
da bronquite.
A doença nada mais é do
que uma inflamação dos brônquios, os canais que conduzem o oxigênio até o
pulmão. Então, por conta da obstrução nasal, o fluxo de ar que é conduzido
diretamente pela boca carece de filtração, umidificação e aquecimento. Ao
chegar no pulmão, que já está inflamado, esse ar "sujo, seco e frio",
acaba por agravar ainda mais o quadro de bronquite.
Se a respiração oral continuar, a tendência é que a doença se torne crônica e
fique ainda mais difícil de tratá-la.
VivaBem
no Verão - 2ª edição.
O VivaBem está no
litoral norte paulista com o VivaBem no Verão. São dois espaços na Riviera de
São Lourenço com diversas opções da atividades físicas, lazer, cultura e
comidas para você curtir o calor com a família ou os amigos. Saiba
mais sobre o evento aqui e venha nos visitar!
Data: de 26 de dezembro
de 2019 até o dia 09 de fevereiro de 2020, de quinta a domingo
Horário de funcionamento: das 9h até as 13h (praia) e das 17h até a 1h (arena)
Endereço arena: Av. Riviera, s/n, próximo ao shopping - Bertioga (SP)
Local do espaço na praia: canto direito da praia de Riviera de São Lourenço
Entrada: Gratuita
*** Fontes: Carolina Tarouco
Alvares Soares, cirurgiã-dentista na Natural Odonto, em São Paulo, especialista
em ortodontia pelo Hospital Geral do Exército, em São Paulo e especialista em
halitose pelo Centro de Tratamento em Halitose, em São Paulo; Fabiana Quaglio,
cirurgiã*dentista, especialista em estomatologia e consultora científica da
ABO-SP (Associação Brasileira de Odontologia de São Paulo); Fábio Cahuê, doutor
em ciências, mestre em educação física pela UFRJ (Universidade Federal do Rio
de Janeiro) e professor de educação física na Bodytech, no Rio de Janeiro;
Fausto Nakandakari, otorrinolaringologista do Hospital Sírio Libanês, em São
Paulo; Luciane Impelliziere Luna de Mello, pneumologista e especialista em
medicina do sono do Instituto do Sono, em São Paulo; Marcelo Tabosa Dutra
Sanches, otorrinolaringologisa e otologista do Hospital Samaritano, em São
Paulo; Marcio Nakanishi, otorrinolaringologista do Hospital Universitário da
UnB (Universidade de Brasília) e presidente da ABR (Academia Brasileira de
Rinologia); Márcio Schiefer, professor-adjunto de ortopedia da Faculdade de
Medicina da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e médico ortopedista
do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia no Rio de Janeiro e Rafael
Addum Moraes, médico gastroenterologista, professor da UFRJ e membro da FBG
(Federação Brasileira de Gastroenterologia).
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