Algumas pessoas
realmente parecem ter mais dificuldade para controlar pensamentos invasivos
sobre sexo ou inibir certos impulsos sexuais. E isso pode trazer muito prejuízo
para a vida e os relacionamentos. Tanto que a Organização Mundial da Saúde
(OMS) declarou, no ano passado, que a “conduta sexual compulsiva” passará a
integrar a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde (CID), na categoria de transtornos do impulso.
Vale mencionar que
ainda existem opiniões contraditórias sobre o assunto. A Associação Americana
de Psiquiatria (APA), por exemplo, ainda não considera a compulsão sexual como
“doença”. Existe o temor, inclusive, de que isso poderia ser usado como
justificativa para crimes sexuais.
De qualquer forma,
alguns especialistas acreditam que o comportamento compulsivo ligado ao sexo
tenha uma base biológica, segundo um estudo que acaba de ser publicado na
revista científica Epigenetics. A pesquisa contou com cientistas do
Instituto Karolinska e das universidades de Uppsala e Umea, na Suécia, e também
das universidades de Zurique, na Suíça, e Sechenov, na Rússia.
Eles decidiram analisar
mecanismos que podem afetar a expressão de certos genes e como isso pode
interferir no comportamento sexual compulsivo. Para isso, eles recrutaram 60
homens e mulheres que buscaram tratamento para o problema, bem como outras 33
pessoas sem queixas ligadas ao sexo. Em um experimento paralelo, os
pesquisadores ainda analisaram o DNA de outras 107 pessoas, sendo que 24 tinham
dependência de álcool.
Os cientistas
encontraram duas regiões do DNA com modificações presentes apenas nos
participantes que apresentavam compulsão por sexo. Uma dessas alterações está
ligada à produção de oxitocina, conhecido como “hormônio do amor”. Os
resultados também apontaram certos padrões semelhantes entre os dependentes de
álcool e os compulsivos por sexo.
Dizer que o excesso de
oxitocina estaria por trás do comportamento sexual compulsivo ainda é algo
muito prematuro, segundo os autores do estudo. Com mais estudos, haverá mais
recursos para ajudar quem sofre com o problema. Atualmente, o tratamento
envolve terapia e antidepressivos, até porque muitos desses pacientes também
apresentam ansiedade ou depressão.
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