O melanoma ocular não
apresenta sintomas e pode evoluir com gravidade.
Visitas frequentes ao oftalmologista e a realização de exames de rotina
podem ajudar a prevenir um tipo de câncer raro: o que atinge os olhos. O
melanoma ocular – câncer que atinge células produtoras de melanina, pigmento
responsável pela coloração da pele e dos olhos – é o câncer de olho mais comum
em pessoas adultas, mas, geralmente, não apresenta sintomas e pode evoluir com
gravidade, causando metástase, ou seja, espalhando a doença para outros órgãos
do corpo.
“Os pacientes podem não apresentar nenhum sinal de que algo esteja
errado, e o tumor ser percebido durante o exame de rotina com o oftalmologista.
Em outros casos, o melanoma pode causar alterações ou dificuldades visuais que
fazem o paciente procurar uma ajuda médica que acaba resultando na descoberta
da doença”, destaca a oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO), Sheila
Ferreira.
Segundo a médica, a causa do melanoma ocular é desconhecida, mas alguns
fatores de risco para o desenvolvimento da doença já foram identificados. A
incidência da doença aumenta com o envelhecimento e ocorre mais em homens,
assim como em pessoas com pele clara, cabelos claros e olhos claros. Portadores
da síndrome do nevo displásico (múltiplas pintas pelo corpo) também têm risco
aumentado de apresentar o melanoma, assim como quem tem diferentes tipos de
sinais no olho ou na pele.
De acordo com a especialista, fatores ambientais parecem não ter relação
com o melanoma ocular e sua associação com exposição solar é incerta. A
radiação ultravioleta, no entanto, parece predispor a outro tipo de câncer, o
melanoma de conjuntiva (membrana transparente que recobre a parte branca do
olho) e palpebral.
“Por isso, o uso de óculos escuros pode contribuir para a prevenção da
doença nessas regiões do olho. Usar chapéus de aba larga e bonés também pode
resguardar os olhos dos raios ultravioletas”, ressalta a médica.
Quando diagnosticado tardiamente, o melanoma ocular pode se espalhar para
outros órgãos, sendo o fígado o órgão mais acometido, segundo a especialista.
Nestes casos, os tratamentos podem incluir cirurgia da metástase, embolização
da lesão (injeção de substâncias no intuito de bloquear ou diminuir o fluxo de
sangue para as células cancerígenas), quimioterapia, ou imunoterapia.
A médica ressalta que a doença não se desenvolve apenas em quem apresenta
fatores de risco, o que torna fundamental visitas frequentes a um
oftalmologista.
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