As bactérias do
intestino, conhecida como microbioma, são extremamente importantes e tem
sido objeto de diversos estudos nos últimos anos. Uma nova pesquisa sugere que
o as bactérias do intestino podem estar relacionadas a traços de
personalidade.
A Dra. Katerina Johnson, da
Universidade de Oxford, coletou amostras fecais de 655 pessoas em todo o
mundo e registrou a frequência de diferentes famílias bacterianas. Ela fez
as mesmas pessoas responderem a um questionário explorando seus estilos de vida
e personalidades, incluindo a avaliação do que os psicólogos chamam de “cinco
grandes” traços.
O estudo, publicado
no Human Microbiome Journal, identificou correlações entre o
microbioma e certos traços de personalidade. De acordo com
a doutora, a natureza de seu estudo não lhe permitiu determinar se isso era
resultado da mudança de personalidade no interior das pessoas, do intestino, do
cérebro ou de um terceiro fator que moldava os dois. Em alguns casos, no
entanto, é possível fazer um palpite interessante.
Segundo a pesquisa, as
pessoas que foram alimentadas com leite materno quando criança tinham
microbiomas intestinais mais diversos do que aqueles criados com fórmula. “Esta
é a primeira vez que isso é investigado em adultos e os resultados sugerem que
a nutrição infantil pode ter consequências a longo prazo para a saúde
intestinal”, observou a Dra. Katerina em um comunicado.
Mais amigos, mais
bactérias no intestino.
A pesquisadora também
descobriu que pessoas sociáveis tendem a ter bactérias de intestino
mais diversas. A explicação mais provável, segundo a pesquisa, é que o
contato próximo nos introduz novas bactérias. E isso é um fator benéfico, pois
diversos ecossistemas intestinais estão correlacionados com uma melhor saúde.
A Dra. Katerina
observou que, embora seu estudo seja o primeiro a encontrar a associação de
sociabilidade/diversidade intestinal em humanos, o mesmo padrão foi observado
em primatas.
Se as bactérias
intestinais estão alterando nossa personalidade, não está claro o que elas
estão conseguindo com isso. Katerina foi co-autora de um artigo anterior questionando
a visão de que os micróbios ganham um benefício evolutivo ao alterar nosso
comportamento, ao invés disso, sugerem que quaisquer efeitos têm maior
probabilidade de serem acidentais.
O artigo revisa outras
pesquisas sobre as ligações entre a composição do microbioma e condições como
depressão e estresse. Embora a maior parte disso tenha sido feita em
animais ou crianças, estudos em humanos adultos estão começando a aparecer, mas
se concentraram em populações clínicas.
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