A França proibirá, a partir do final de 2021, esmagar
pintinhos vivos, uma prática controversa, mas que se estende pela indústria
avícola na União Europeia. A determinação partiu do ministro da Agricultura,
Didier Guillaume, que fez o anúncio na quarta-feira, 29.
O objetivo, segundo ele, é obrigar as empresas a deixarem de utilizar
essa prática. A cada ano na França, cerca de 50 milhões de filhotes machos são
sacrificados poucas horas depois de nascer, uma vez que a indústria avícola não
considera rentável alimentá-los.
Guillaume também anunciou que, no mesmo prazo, o país proibirá a
castração de leitões sem anestesia, outra medida reivindicada pelos ativistas
dos direitos dos animais. "Está a questão do bem-estar dos animais. Mas
também do criador. Não conheço nenhum criador que queira que seus animais sejam
maltratados", disse.
O ministro também anunciou que a França se unirá à Espanha e Alemanha
para colocar em prática um sistema de rotulagem sobre o bem-estar dos animais a
partir do próximo ano. A produção de ovos requer a incubação de milhões de
pintinhos a cada ano. As fêmeas são vendidas a granjeiros particulares ou a
grandes granjas.
Já os machos desenvolvem muito menos carne do que os chamados 'frangos de
corte' criados especialmente para serem comidos. Como resultado, os produtores
estimam que não é rentável criar os filhotes machos e, no geral, as aves são
sacrificadas depois da incubação, seja esmagando-as ou asfixiando-as com
dióxido de carbono. Os restos são utilizados como alimento para outros animais.
O mais alto tribunal administrativo da Alemanha, onde são abatidos
anualmente 45 milhões de pintinhos machos, decidiu em junho que a matança
desses animais poderia continuar na indústria avícola até que fosse encontrado
um método para determinar o sexo da ave ainda no ovo.
Uma diretiva da União Europeia de 2009 autoriza a trituração desde que
cause a morte "imediata" dos pintinhos em menos de 72 horas de vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário