Por que a prática de
atividade física reduz o apetite.
Alimentação balanceada
e exercício físico andam sempre juntos na vida de quem busca ser mais saudável.
Mas ainda há muita confusão sobre o quê e quanto se deve comer depois da
prática.
Um dos mitos é o de que
a atividade física aumenta o apetite. “Isso não é verdade”, afirma o educador
físico Bruno Gion de Andrade, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São
Paulo.
“As pessoas estão
inseridas em um contexto cultural no qual são estimuladas a repor a energia
imediatamente após os exercícios”, explica. Seguindo na contramão desse
pensamento popular, uma pesquisa da Drexel University, dos Estados Unidos,
sugere que, na verdade, a prática de atividade física pode reduzir o
apetite.
O estudo contou com 130
pessoas que participavam de um programa de perda de peso. Todos tiveram sua
rotina alimentar analisada em períodos distintos.
Quando os participantes
não estavam ativos fisicamente, o risco de não seguirem a dieta chegava a até
12%, o dobro em relação ao ciclo em que a prática esportiva era incentivada. O
acompanhamento foi feito por pesquisas enviadas periodicamente para os
celulares dos participantes, além de usarem medidores para analisar o gasto
energético e o tempo de exercício.
A pesquisa americana é
o mais novo estudo sobre o tema, alvo de discussão há pelos dez anos, quando a
prática de exercícios consolidou-se como instrumento de prevenção de doenças.
A descoberta da
associação da grelina, hormônio que promove a sensação de fome, e os exercícios
foi a deixa para que a ciência investigasse o assunto mais a fundo. Hoje,
sabe-se que a prática reduz mais a produção do hormônio do que a adoção de
dietas.
A constatação ficou
clara em um trabalho hoje apontado como referência, publicado em 2016 na
revista Medicine & Science in Sports Exercise apontaram que o apetite não
aumenta após atividade física, corroborando os dados de que a concentração de
grelina foi maior durante um período de restrição alimentar sem exercício do
que em momentos de atividade.
Outro fator que
comprova o benefício de estar ativo fisicamente é a grande concentração do
peptídeo (biomoléculas formadas por mais de dois aminoácidos) PYY, responsável
por reduzir a sensação de fome em momentos de prática de atividade física.
Porém, para que a
equação atividade física e alimentação tenha resultado positivo, é fundamental
que seja feita a individualização da dieta de acordo com idade, sexo,
modalidade esportiva, fase do treinamento e existência de patologias (diabetes,
hipertensão, arritmia etc). “A primeira coisa que observamos é o objetivo da
pessoa"”, explica a nutricionista Serena Del Favero, do Hospital Israelita
Albert Einstein.
“O plano deve
seguir as necessidades de cada indivíduo, como os horários nos quais pode se
alimentar. A recomendação de se alimentar de três em três horas já caiu por
terra”, diz a especialista. Dito isto, se você deseja adequar o quê e quando
come para tirar melhor proveito também dos exercícios físicos que pratica,
procure um especialista, comece já e bom treino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário