FONTE: Leia Já, parceiro do Leia Mais, https://leiamaisba.com.br/
A empresa propôs aos
profissionais uma redução permanente nos salários - oferta que foi rejeitada
por quase 90% dos tripulantes
Um dia antes de a
companhia aérea Latam iniciar a demissão de 2.700 tripulantes, cerca de 50
pilotos e comissários realizaram um protesto no aeroporto de Guarulhos contra a
postura adotada pela empresa em meio à crise da pandemia de Covid-19. Os
profissionais se reuniram diante do check-in da companhia, por volta das 12h
da quinta-feira (6) e, em seguida, fizeram uma passeata pelos terminais do
aeroporto pedindo que a empresa lance um programa de licença não remunerada.
Em recuperação judicial
(chapter 11) nos Estados Unidos, a Latam propôs aos profissionais uma redução
permanente nos salários - oferta que foi rejeitada por quase 90% dos
tripulantes. As concorrentes Gol e Azul conseguiram fechar acordos com o
Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) para realizar um corte temporário de jornada
e remuneração durante os próximos 18 meses, modelo defendido também pelos
tripulantes da Latam.
Depois de fracassar nas negociações, a Latam anunciou a demissão de "no
mínimo" 2,7 mil pilotos, copilotos e comissários. Os desligamentos, que
correspondem a 38% dos 7 mil tripulantes da companhia, começaram por meio de um
processo de demissão voluntária encerrado na terça-feira. Ao todo, 345
funcionários aderiram ao programa. As demissões passam a ser feitas a partir de
amanhã e vão até a próxima sexta-feira. Por causa da pandemia, elas serão
realizadas pela internet. A Latam alega que paga salários maiores do que seus
concorrentes no Brasil e que precisa se equiparar às empresas do setor. Segundo
a companhia, as mudanças na sua política de remuneração já haviam sido alvo de
negociação com o sindicato antes mesmo da pandemia. Com a crise, a alteração
ganhou prioridade.
Em nota, a empresa informou que 97% dos tripulantes que serão desligados já não
estão mais nas escalas de voos e que sua operação não terá impacto com a
redução do quadro de funcionários. Afirmou também que "sempre esteve
aberta ao diálogo com o objetivo de preservar o máximo de empregos possíveis e
manter a sua sustentabilidade no longo prazo".
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