FONTE: Vanessa Correia,https://atarde.uol.com.br/
Técnica em Análises Clínicas, Roberta Gomes, de 37 anos, viu sua vida mudar radicalmente em 2016, quando teve a confirmação de que sofria de fibromialgia. Foram 2 anos de dores por todo corpo, mal estar, crise de ansiedade, fadiga extrema, além de muitos exames até a descoberta do diagnóstico. A técnica conta que além das dores físicas, sofreu muito com o julgamento das pessoas. “Tive muita dificuldade em encontrar um médico que acreditasse nos meus sintomas. Família e amigos muitas vezes não entendem seu mal estar, falta de disposição para sair, sem falar da falta concentração que me trouxe problemas no trabalho e na vida pessoal”, declara Roberta.
Com objetivo de conscientizar as pessoas para essa doença, em 2014, na cidade de Uberlândia (Minas Gerais), foi criada a campanha 'Fevereiro Roxo', que tem como lema: “Se não houver cura, que ao menos haja conforto”. Além da fibromialgia, a iniciativa busca alertar para a importância do diagnóstico precoce em relação a mais duas doenças, o Alzheimer e o lúpus. Essas patologias não têm cura e são crônicas. Portanto, todas devem ser identificadas nos estágios iniciais para que seus sintomas sejam controlados.
A médica neurologista e diretora do Centro Estadual de Referência de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi), Dra. Mônica Frank, afirma que o Alzheimer também é uma doença de difícil diagnóstico, mas que, depois de reconhecida e tratada, pode ter sua evolução retardada com remédios específicos. A especialista explica que o apoio da família e de uma equipe profissional multidisciplinar são decisivos para o tratamento.
A neurologista alerta para os sintomas, pois, muitas vezes, um esquecimento ou alteração na compreensão, pode ser atribuido ao processo de envelhecimento. “O ato de envelhecer traz um pouco de esquecimento. Mas quando é associado a alteração nas funções cognitivas como atenção, abstração, compreensão do que está sendo falado, delírios e alteração de humor, é preciso procurar um médico”.
O reumatologista, Dr. Jairo Brandão Freitas, relatou que a pandemia teve um grande impacto na saúde emocional das pessoas. “A fibromialgia também está ligada a questão de ordem emocional. A pandemia teve um impacto muito grande no psicológico desses pacientes. Esse foi um gatilho para que a doença se apresentasse ou se tornassem mais intensas. O lúpus pode ter também ligação com o emocional”, afirma o reumatologista.
O médico também chama atenção do poder público para investir mais em direitos e benefícios daqueles que tem a doença. “Saúde é um bem de todos, é dever do estado que precisa investir nos tratamentos e acolhimento não só dessas doenças, mas de todas”, alerta o reumatologista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário