FONTE: , Lívia Neder, https://extra.globo.com/
A Polícia Civil investiga a denúncia de duas mulheres que afirmam terem sido agredidas por seguranças e funcionárias do bar Void, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na madrugada de sexta-feira. As vítimas, que são irmãs, contam que foram expulsas do bar e jogadas na calçada à base de socos e empurrões. Uma delas perdeu uma parte da córnea. Funcionários do estabelecimento negam a versão e afirmam que apenas se defenderam da agressão que, segundo eles, teria partido das clientes. O caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca).
De acordo com uma das irmãs, a confusão começou quando uma delas foi carregar o telefone dentro do estabelecimento para poder pedir um carro por aplicativo, por volta de 1h. Elas dizem que já tinham pago a conta e então os seguranças disseram que deveriam se retirar pois não estavam consumindo.
— Sentamos lá no final da noite para tomar uma saideira. Comecei a me sentir um pouco mal e abaixei a cabeça na mesa enquanto minha irmã carregava o celular para pedir um Uber. Quando levantei, vi que os seguranças estavam a enforcando e puxando pelos cabelos. Fui pra cima para defendê-la e as funcionárias se juntaram a eles para nos agredir. Nos jogaram na calçada com nossas bolsas. Além de nos machucarem muito, quebraram o telefone dela. No dia seguinte, acordamos muito doloridas, com vários hematomas, e eu não estava enxergando direito. Fui ao hospital e os médicos constataram que estou com uma lesão na vista esquerda e perdi metade da córnea — declarou a vítima, que prefere não se identificar.
Nesta segunda-feira, a outra irmã vai depor na delegacia.
— Minha irmã está totalmente traumatizada e ainda não conseguiu prestar depoimento. Ela vai à delegacia nesta segunda. Eu depus e já fizemos o exame de corpo de delito no mesmo dia. Nós só queremos justiça — completou.
Sócio da Void, Pedro Hemb afirma que ainda está apurando o que de fato ocorreu. Ele diz que os funcionários deram uma versão diferente das clientes e que alegam terem sido vítimas, inclusive, de injúria racial.
— Eu já ouvi os funcionários, mas ainda consegui investigar a fundo. Não vi as imagens das câmeras de segurança para saber se filmaram a confusão. Quero ouvir os clientes que estavam aqui na hora também. Os funcionários envolvidos contam que elas entraram na loja fumando e alteradas. Eles disseram que estavam no processo de fechamento da loja e elas não queriam ir embora. Uma delas deu soco em uma funcionária e deu essa confusão. Eles dizem que apenas se defenderam das agressões das clientes. Uma funcionária relatou que uma das clientes a agrediu também com injúrias raciais a chamando de "preta" — relatou o sócio do bar.
A Polícia Civil civil confirmou que as vítimas realizaram exame de corpo de delito e informou que foram requisitadas imagens das câmeras de segurança do local. "Diligências seguem para identificar a autoria do crime", diz a nota.
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