FONTE: Agência O
Globo, CORREIO DA BAHIA.
Projeto prevê o
pagamento de uma bolsa às mulheres vítimas de estupro que optarem por não fazer
o aborto permitido por lei.
A aprovação do Estatuto do Nascituro em uma comissão da
Câmara na quarta-feira (5) gerou reação de entidades que lutam pelo direito das
mulheres. O projeto prevê o pagamento de uma bolsa às mulheres vítimas de
estupro que optarem por não fazer o aborto permitido por lei.
A proposta ficou conhecida como “bolsa estupro”. O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher manifestou a parlamentares da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, que aprovou o projeto, seu posicionamento pela rejeição do Estatuto do Nascituro.
A proposta ficou conhecida como “bolsa estupro”. O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher manifestou a parlamentares da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, que aprovou o projeto, seu posicionamento pela rejeição do Estatuto do Nascituro.
“O Estatuto do
Nascituro viola os direitos das mulheres e descumpre preceitos constitucionais
de previsão e indicação de fonte orçamentária, objeto de discussão naquela Comissão.
É lamentável que as mulheres sejam, mais uma vez, vítimas da legitimação da
violência perpetrada contra elas. O projeto dificulta o acesso das mulheres aos
serviços de aborto previsto em lei, nos casos de risco de vida à gestante,
estupro e gravidez de feto anencéfalo”.
Na nota, a
entidade diz que o projeto é um retrocesso no que se refere ao direito das
mulheres e que continuará seu trabalho de informação e de esclarecimento junto
a parlamentares e à sociedade.
Uma petição
online foi criada e, até as 16h de quinta-feira (6), contava com quase 50 mil
assinaturas contra o Estatuto do Nascituro.
“O objetivo deste projeto é atribuir direitos
fundamentais ao embrião, mesmo que ainda não esteja em gestação, dando-lhe o
mesmo status jurídico e moral de pessoas nascidas e vivas. Ou seja, o embrião
terá mais direitos que a mulher, mesmo quando for resultado de estupro”, diz o
texto da petição que está no site Avaaz.
Ainda de acordo
com o texto, o projeto viola diretamente os Direitos Humanos e reprodutivos das
mulheres, a Constituição Federal e a lei penal vigente.
“Hoje, a lei
não pune o aborto realizado em casos de risco de vida e de estupro. O Estatuto
do Nascituro ignora a relação de causa e efeito entre a ilegalidade do aborto,
os altos índices de abortos inseguros, e as altas taxas de morbidade e
mortalidade materna no Brasil, e põe em risco a saúde física e mental e até
mesmo a vida das mulheres”, afirma outro trecho do texto.
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