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A depressão, também
chamada de transtorno depressivo maior, é uma doença caracterizada por
uma alteração persistente no humor associada a uma falta de interesse em
atividades prazerosas (anedonia). O estado depressivo se diferencia de um
comportamento " triste ou melancólico”, que afeta a
maioria das pessoas, por se tratar de uma condição duradoura (mais do que
duas semanas), sendo acompanhada de vários sintomas específicos.
Estima-se que cerca de 15 a 20%
da população mundial em algum momento da vida tenha sofrido de depressão.A
depressão é mais comum em pessoas com idade entre 20 e 45 anos.A ocorrência em
mulheres é duas vezes maior do que em homens.Segundo a Oganização
Mundial de Saúde (OMS), em 2020, a depressão será a segunda causa
de morte e a principal causa de faltas ao trabalho.
Causas:
Sabemos que a depressão está
associada a um desequilíbrio de certas substâncias químicas no cérebro,
chamadas de neurotransmissores cerebrais.Vários fatores influenciam no aparecimento
da depressão:
- Fatores psicológicos:
Muitas das pessoas que já
experimentaram períodos de depressão relatam um acontecimento estressante como
o fator precipitante da doença.A perda recente de uma pessoa amada é o fato
mais citado, mas todas as grandes perdas e, até mesmo as pequenas, causam
um certo pesar.Acontecimentos traumáticos, como a perda súbita de um ente
querido, ou mesmo eventos naturais como enchentes, podem causar uma depressão
imediata, sendo necessário um longo período de recuperação.
- Fatores genéticos e
biológicos:
Alterações nos níveis de
neurotransmissores (principalmente a serotonina, acetilcolina, dopamina,
adrenalinana e noradrenalina) relacionam-se com o desenvolvimento de
depressão.Alguns hormônios também podem exercer algum papel no aparecimento da
doença.A maior prevalência de depressão entre pessoas com histórico familiar,
reforça a influência genética na gênese desta doença.
- Causas físicas:
Em algumas depressões podemos
encontrar causas físicas para a sua existência.abemos que muitos dos nossos
traumatismos e acidentes físicos ficam registrados no nosso corpo em conjunto
com as emoções que sofremos por ocasião dos mesmos.Doenças crônicas,
principalmente as que cursam com dor, podem ser acompanhadas de depressão.Fato
muito comum, é o desenvolvimento de depressão após um evento cardíaco como um
infarto do miocárdio ou após a realização de uma cirurgia de ponte de safena.
-Medicamentos:
Alguns medicamentos como os
betabloqueadores, alfametidopa , corticosteróides, antihistamínicos,
analgésicos e medicações para trata a doença de Parkinson, podem causar
depressão.
Sintomas e tipos
- Depressão maior:
Os pacientes com este tipo de
depressão apresentam pelo menos cinco dos sintomas listados a seguir, por um
período não inferior a duas semanas: desânimo na maioria dos dias e na maior
parte do dia (em adolescentes e crianças há um predomínio da irritabilidade);
falta de prazer nas atividades diárias (anedonia); perda do apetite e/ou
diminuição do peso; distúrbios do sono (desde insônia até sono excessivo,
durante quase todo o dia); sensação de agitação ou “moleza” intensa; fadiga
constante; sentimento de culpa constante; dificuldade de memória e
concentração; idéias recorrentes de suicídio ou morte e perda da
libido (desejo sexual).
Além destes critérios
diagnósticos, devem ser observados outros pontos importantes: os sintomas
citados anteriormente não devem estar associados a episódios maníacos (como no
transtorno bipolar); devem comprometer atividades importantes (como o trabalho
ou os relacionamentos pessoais); não devem ser causados por drogas, álcool ou
qualquer outra substância, e devem ser diferenciados dos sentimentos comuns de
tristeza. Geralmente os episódios de depressão duram cerca de vinte semanas.
- Depressão crônica leve (distimia):
A depressão crônica leve
(distimia) caracteriza-se por vários sintomas também presentes na
depressão maior, mas eles são menos intensos e duram muito mais tempo (pelo
menos dois anos).Os sintomas são descritos como uma "leve tristeza"
que se extende na maioria das atividades. Em geral, não se observa distúrbios
no apetite ou no desejo sexual, mania e agitação. Pensamentos suicidas também
não são comuns. Talvez devido à duração dos sintomas, os pacientes com
depressão crônica não apresentam grandes alterações no humor ou nas atividades
diárias, apesar de se sentirem mais desanimados, e serem mais pessimistas. Os
pacientes crônicos podem sofrer episódios de depressão maior (estes casos são
conhecidos como depressão dupla).
- Depressão atípica:
As pessoas com esta variedade
geralmente comem demais, dormem muito, sentem-se muito cansadas e apresentam um
sentimento forte de rejeição.
-Depressão pós-parto:
Em algumas situações pós-parto,
surge a depressão que é chamada de "depressão pós-parto ". Este tipo
de depressão pode dever-se a perturbações e alterações da esfera emocional e/ou
hormonal, uma vez que o corpo da mulher sofre demasiadas alterações com o
nascimento de um bebê. Por vezes surgem desconfortos e sensações de dores de
costas que podem agravar o estado emocional e hormonal da recente mãe.
- Tensão pré-menstrual:
A mulher sente uma depressão
acentuada, irritabilidade e tensão antes da menstruação. Afeta entre 3% a 8%
das mulheres em idade fértil. O diagnóstico baseia-se na presença de pelo menos
cinco dos sintomas descritos no tópico depressão maior, na maioria dos ciclos
menstruais, havendo uma pioria destes sintomas cerca de uma semana antes
da chegada do fluxo menstrual, melhorando logo após a passagem da menstruação.
-Depressão reativa ao luto:
Este sentimento, também
conhecido como pesar, não é um tipo de depressão, mas essas duas condições
possuem muito em comum. Na verdade, pode ser difícil diferenciá-los. O pesar,
contudo, é considerado uma reposta emocional saudável e importante quando se
lida com perdas. Normalmente é limitado. Nas pessoas sem outros distúrbios
emocionais, o sentimento de aflição dura entre três e seis meses.
A pessoa passa por uma sucessão
de emoções que incluem choque e negação, solidão, desespero, alienação social e
raiva. O período de recuperação consome outros 3 a 6 meses. Após esse tempo, se
o sentimento de pesar ainda é muito intenso, ele pode afetar a saúde da pessoa
ou predispô-la ao desenvolvimento de uma depressão propriamente dita.
Tratamento:
A maioria das pessoas que
possuem um quadro clínico depressivo não conhece ou não procura ajuda médica
especializada apesar da grande possibilidade de um tratamento efetivo. O
tratamento geralmente envolve uma medicação antidepressiva receitada por pelo
menos doze meses e, muitas vezes, acompanhada de tratamento
psicoterápico. Sabemos também que a prática de exercícios físicos
regulares, além da participação em atividades desportivas e sociais,
podem ajudar o paciente a superar os sintomas da depressão.
Os antidepressivos são
medicamentos geralmente efetivos quanto à reversão dos sintomas de ordem
depressiva. Uma característica importante dos antidepressivos é a sua demora em
começar a atuar, em geral, cerca de quinze dias após o início do tratamento.
A duração deste tratamento deverá ser prolongada (no mínimo um ano).O
resultado do tratamento antidepressivo depende muito da sua continuidade
(efeito cumulativo ), por isso , interrupções no tratamento devem ser evitadas.
Nos primeiros dias de
tratamento, alguns pacientes podem experimentar um aumento dos sintomas de
ansiedade , muitas vezes levando ao abandono precoce do medicamento.Nesta
etapa, é fundamental uma associação entre o antidepressivo com um
tranquilizante do tipo benzodiazepínico. A escolha do antidepressivo baseia-se
nos sintomas do paciente, idade, presença de outras doenças associadas,
repostas terapêuticas prévias, escolha pessoal do médico, etc.
Os antidepressivos não causam
dependência química, no entanto, alguns podem levar ao aparecimento de certos
sintomas quando são suspensos (síndrome de descontinuidade).
Fonte: www.psicosite.com.br
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