FONTE: , Donald G. Mcneil Jr, (noticias.uol.com.br).
Pessoas de alguns
países pobres e de renda média têm dietas mais saudáveis do que as de nações
ricas, mas os principais fabricantes de salgadinhos e refrigerantes miram as
crianças de uma forma que será prejudicial à sua saúde, segundo uma série de
estudos sobre obesidade.
Publicado na semana
passada em edições especiais sobre obesidade de "The Lancet" e
"Lancet Global Health", o estudo detalhou a piora dos hábitos de
consumo de alimentos pelo mundo. A pesquisa registrou a disparada da
publicidade de "junk food" e como apenas alguns países agiram para
proteger suas crianças desses anúncios.
Alguns países muito
pobres se saíram bem em um estudo que comparou o consumo de 13 alimentos
saudáveis (como frutas e grãos integrais) e sete insalubres (como refrigerantes
e gorduras trans) em 187 países. Chade e Mali tiveram as notas mais altas; logo
atrás vieram o Laos, Mianmar e Guiana, ao lado de Grécia e Turquia, onde a
dieta mediterrânea é comum.
Entre os países com
as piores dietas estão o Cazaquistão, Mongólia e Argentina. Os Estados Unidos
tiveram uma nota abaixo da média, se saindo pior do que Canadá ou México,
ficando ao lado do Brasil e de países da Europa Oriental.
Um padrão alarmante
está surgindo no Brasil, Vietnã, África do Sul, Índia, México e outros países
anteriormente pobres que estão ficando mais ricos: muitas crianças têm altura
atrofiada por causa da má nutrição, mas são obesas.
Segundo um estudo, no
Egito a atrofia em crianças pequenas aumentou depois de 2003 porque criações de
aves foram abatidas para deter a gripe aviária H5N1.
Ao mesmo tempo, a
publicidade de refrigerantes, salgadinhos e cereais açucarados para crianças
cresceu na televisão, em aplicativos e jogos na internet; os gastos
publicitários da Coca e da Pepsi somente nos países árabes passaram de US$ 40
milhões em 2006 para US$ 400 milhões em 2012.
O consumo per capita
de Coca-Cola triplicou no Egito nos últimos 20 anos, e o número de lanchonetes
do McDonald's passou de quatro, em 1994, para 56 em 2013. Levantamento de 2011
constatou que um terço dos adolescentes egípcios tinha sobrepeso.
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