FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Estudos comprovam a eficácia da Acupuntura Médica
no tratamento da depressão, mal que assombra a vida de jovens, adultos, idosos
e, até mesmo, de crianças.
A
depressão, disfunção que faz parte dos chamados transtornos afetivos e do
humor, vem tomando caráter epidêmico em todo o mundo. A sua prevalência média
atual é de aproximadamente 16% da população mundial.
Apesar
disso, não existe ainda uma definição precisa sobre o melhor procedimento
terapêutico a seguir. A acupuntura médica tem se revelado uma importante
alternativa de tratamento, com resultados positivos e comprovados em estudos.
Um
desses estudos mais recentes, publicado no Jornal Americano de Psiquiatria:
Effects of Electroacupuncture on Depression and the Production of Glial Cell
Line–Derived Neurotrophic Factor Compared with Fluoxetine: A Randomized
Controlled Pilot Study (2013), indicou que o tratamento por acupuntura é capaz
de regularizar os níveis cerebrais do Fator Neurotrófico derivado do Cérebro
(GDNF), que se encontra diminuído em pacientes deprimidos.
O
estímulo através da eletroacupuntura se mostrou, inclusive, superior ao efeito
da fluoxetina (medicamento utilizado no tratamento de depressão) na capacidade
de regulação do GDNF.
Outro
importante estudo nessa área é o trabalho do dr. Wang da Universidade de
Pequim: CLINICAL EXPERIENCE: Effects of Electro-Acupuncture on Personality
Traits in Depression: A Randomized Controlled Study (2013), que comparou os
efeitos antidepressivos da acupuntura e da Paroxetina no tratamento da
depressão.
Sessenta
pacientes foram selecionados de acordo como os critérios estabelecidos e feita
a avaliação por escala apropriada antes e depois do tratamento.
Os
resultados mostraram que houve melhora significativa em ambos os grupos após 24
semanas de tratamento, concluindo que a eletroacupuntura se mostrou tão eficaz
no tratamento da depressão quanto o antidepressivo Paroxetina – e sem os
efeitos colaterais de uma medicação.
A
explicação acerca do mecanismo pelo qual a acupuntura tem a capacidade de
minorar os distúrbios emocionais, se alicerça na sua ação moduladora do sistema
nervoso central.
Sabe-se,
hoje, que a inserção da agulha de Acupuntura estimula terminações nervosas
existentes na pele e nos tecidos subjacentes, principalmente nos músculos.
A
‘mensagem’ gerada por esses estímulos segue através de fibras nervosas
periféricas até o sistema nervoso central (medula e cérebro) e aí
incrementa a liberação de diversas substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores:
serotonina, noradrenalina e dopamina, que são exatamente as mesmas relacionadas
ao controle do humor e das emoções.
"Além
dessa ação moduladora sobre as emoções, o estímulo das agulhas desencadeia uma
série de outros efeitos importantes, tais como, analgésico, anti-inflamatório,
relaxante muscular e sobre os sistemas endócrino e imunológico”, explica
Dr. Dirceu Sales, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).
Há
décadas, existem importantes estudos que a referendam a ação neuromoduladora da
acupuntura, como os de Luo, Jia e Zhan (1985), Lou e cols (1990), Yang (1994) e
Han (1996).
No
trabalho de Luo, em estudo randomizado prospectivo que contou com 241 pacientes
foi comparado o efeito da eletroacupuntura com o da amitriptilina. Nos dois
grupos estudados houve melhora substancial da doença depressiva, sem qualquer
diferença nos índices de recorrência a longo prazo.
Ação da Acupuntura - Pesquisas das últimas décadas vieram a atestar que a
inserção de agulhas de acupuntura em pontos específicos do corpo provocam
fenômenos de neuromodulação em três níveis: periférico (local), espinal e
supraespinal- resultando em
liberação
de variadas substâncias neuromoduladoras com normalização de funções motoras,
sensoriais, autonômicas, neuroendócrinas, de controle de expressão emocional,
além de corticais espinais.
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