FONTE: Acorda Cidade, TRIBUNA DA BAHIA.
Segundo o neurocirurgião do HEC, Dr. Rui Nei Araújo, o cérebro humano possui uma cavidade em seu interior chamada ventrículo, onde é acumulado um líquido especial denominado líquor.
Casos de hidrocefalia chegam ao
Hospital Estadual da Criança (HEC) frequentemente. De fácil detecção, tanto na
fase pré-natal como na fase pós-natal, a doença é o acúmulo de excesso de
líquido no interior do cérebro, o que leva ao aumento da pressão intra-cerebral.
Segundo o neurocirurgião do HEC, Dr. Rui Nei Araújo, o
cérebro humano possui uma cavidade em seu interior chamada ventrículo, onde é
acumulado um líquido especial denominado líquor.
“Nós produzimos e absorvemos esse líquido todos os dias, de
forma a manter uma quantidade no cérebro e na medula em torno de 150 ml. Porém,
na hidrocefalia (em torno de 90% dos casos), pode haver uma dificuldade na
absorção do líquor - o que provoca aumento da quantidade de líquido no interior
do cérebro -, ou uma super produção desse líquido”, explica.
Dr. Rui Nei Araújo acrescenta: “Detectada a hidrocefalia na
criança, o tratamento é basicamente cirúrgico. Há duas modalidades de cirurgia
frequentemente utilizadas no HEC: a Derivação Ventrículo Peritonial (DVP) – na
qual um sistema de catéteres drena o excesso de líquido do cérebro para o
abdômen - e o tratamento por Endoscopia. Na DVP, um catéter é colocado no
interior do ventrículo, acoplado a uma válvula que detecta diferença de
pressão, e outro catéter sai da válvula e vai para o peritônio, onde é
absorvido o líquido e o mesmo volta para a corrente sanguínea”.
O tratamento endoscópico, por sua vez, é uma técnica mais
moderna, na qual é utilizado um aparelho que permite adentrar a cavidade do
cérebro, onde o líquido é acumulado, para fazer uma rota alternativa para esse
líquido conseguir circular dentro do sistema nervoso central.
“Comparando as duas técnicas, não há uma melhor que a
outra; depende da indicação para o paciente e da preferência dos familiares”,
pontua o neurocirurgião.
A realização adequada do pré-natal, em especial a
ultrassonografia do 2º trimestre, é considerada de grande relevância por Dr.
Rui Nei Araújo, pois contribui para a detecção de doenças como a hidrocefalia
ainda no período gestacional.
“A prevalência de hidrocefalia na sociedade é de um a dois
casos a cada dois mil habitantes. Hoje em dia, a forma como os obstetras vêm
realizando os exames de pré-natal está ajudando a detectar precocemente esta má
formação. Por isso, é importante que as mulheres realizem o acompanhamento de
forma correta”, alerta.
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