FONTE: Da AFP, noticias@band.com.br (vivabem.band.uol.com.br).
Tratamento com produtos químicos
piorou, por exemplo, a execução de funções básicas.
Utilizar
quimioterapia em pessoas com câncer terminal pode causar mais mal do que bem -
é o que aponta um estudo publicado na quinta-feira (23) pelo Journal of the
American Medical Association (JAMA).
O estudo se baseia em
um grupo de mais de 300 pacientes com câncer metastático, ou seja, os que têm
tumores disseminados para outros órgãos a partir do lugar de aparição original.
Cerca da metade dos
pacientes receberam quimioterapia, que consiste usar potentes produtos químicos
no corpo para destruir as células cancerígenas e reduzir os tumores. Os efeitos
colaterais incluem fraqueza, náuseas, fatiga e queda de cabelo.
A maioria dos
pacientes era de homens por volta dos 60 anos. Tinham apenas quatro meses de
perspectiva de vida. O objetivo do estudo era examinar como a quimioterapia
afeta a qualidade de vida quando os pacientes se encontram perto do final de
sua vida, particularmente em relação a sua capacidade de locomoção, realização
de atividades e necessidades básicas.
Baseados nas
avaliações das pessoas encarregadas de cuidar dos pacientes, que refletiram
sobre o sofrimento físico e psíquico em sua última semana de vida, os
pesquisadores notaram que a químio não melhorou a qualidade de vida dos
pacientes que já tinham uma mobilidade limitada.
E os que ainda eram
capazes de realizar funções básicas, a quimioterapia fez com que piorasse sua
qualidade de vida.
"A quimioterapia
não apenas não beneficiou os pacientes com suas capacidades diminuídas, como
também pareceu mais prejudicial para os pacientes com bom estado
funcional", afirma o estudo dirigido por Holly Prigerson, do Weill Cornell
Medical College e do Hospital Presbiteriano de Nova York.
O estudo sugere que
"as diretrizes do uso da quimioterapia em pacientes com câncer terminal
devem ser revistas para reconhecer os danos potenciais do uso da quimioterapia
em pacientes com doença metastática progressiva".
Em um editorial que
acompanha o trabalho, os doutores Carlos Blanke e Erik Fromme, da Oregon Health
and Science University, argumentam que a mudança de pautas para o uso da
quimioterapia em todos os casos não é a solução correta.
Mas incentivam que os
médicos devem desaconselhar a utilização da quimioterapia para os pacientes com
câncer avançado em seus últimos meses de vida.
"Equiparar o
tratamento com esperança é inadequado. Inclusive, quando os oncologistas
comunicam com clareza o diagnóstico e são honestos sobre as limitações do
tratamento, muitos pacientes sentem uma enorme pressão para continuar com esse
tratamento", destaca o editorial.
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