FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Colírio impede o bloqueio do lanosterol,
responsável pela transparência do cristalino; tratamento ainda será testado em
humanos.
Com exceção dos países
desenvolvidos, a catarata reina absoluta como responsável por 47,8% dos casos
de cegueira no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), haverão 40
milhões de casos de catarata no planeta até 2020.
A
opacidade que toma conta do cristalino, parte do olho responsável pela nitidez
da visão, era, até então, só resolvida por meio de uma cirurgia. Agora,
cientistas americanos descobriram uma fórmula promissora que, envasada em forma
de colírio e usada duas vezes ao dia, substitui a cirurgia e devolve uma visão
límpida àquele que sofre com o problema.
Mais
comum de acontecer por causa do envelhecimento, os cientistas ainda não
entendem bem o motivo de a doença surgir, mas sabem que a névoa característica
da catarata é causada por proteinas "grudadas" entre si e que não
funcionam como deveriam. Quando estão em pleno funcionamento, essas proteínas -
que nada mais são do que o cristalino - mantêm a visão límpida.
Buscando
uma alternativa à cirurgia, cientistas pesquisaram durante anos como essas
mutações nas proteínas do cristalino aconteciam, para que pudessem desenvolver
uma outra terapia. Aparentemente, conseguiram. Um grupo da Universidade da
Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveu um colírio depois de descobrir que
crianças com uma forma genética de catarata carregavam uma mutação que barrava
a produção de lanosterol, um esteroide importante para o corpo humano. Quando
os pais não tinham a mesma mutação, a produção de lanosterol era normal e os
progenitores não desenvolviam catarata.
As
pesquisas, então, se voltaram ao poder do lanosterol. Foi confirmado, em
células humanas dentro de um laboratório, que esse esteroide conseguia reduzir
a catarata. Em seguida, os cientistas passaram a testar em coelhos, sempre com
sucesso. Envasaram a ideia em um colírio e testaram em cachorros com cataratas
- e eles voltaram a enxergar.
O
próximo passo, agora, é começar a testar em humanos, por meio de pesquisas
clínicas. Os experimentos devem ser feitos nos próximos dois anos.
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