A fêmea do mosquito Anopheles mata mais de um milhão de
pessoas por ano. O inseto é o mais letal do mundo animal porque é transmissor
da malária, doença que mais gera problemas sócio-econômicos no mundo e é
considerado um problema de saúde pública em mais de 90 países - cerca de 2,4
bilhões de pessoas (40% da população mundial) convivem, ainda hoje, com os
risco de contágio.
A primeira vacina
contra a malária recebeu luz verde na Europa, derrubando um dos últimos
obstáculos para o tão esperado tratamento que pode salvar a vida de milhões de
pessoas em todo o mundo.
A Agência de Medicamentos Europeia divulgou nesta sexta-feira um parecer científico positivo depois de analisar o remédio Mosquirix, desenvolvido pela empresa farmacêutica britânica GlaxoSmithKline.
Agora, a OMS (Organização Mundial da Saúde) vai estudar se é seguro recomendar seu uso em crianças - as mais afetadas pela doença, que é transmitida por um mosquito.
A vacina contra a malária vem sendo desenvolvida há 30 anos e essa posição de especialistas europeus foi recebida com entusiasmo, apesar do fato de alguns testes terem tido resultados contraditórios.
Veja abaixo dez fatos e estatísticas que podem ajudar a traçar um mapa da malária no mundo - e os desafios econômicos e médicos do combate a essa doença.
Em todo o mundo, cerca de 3,3 bilhões de pessoas correm o risco de pegar a doença. Desse total, um terço estaria em alto risco pois vivem em países que registram mais de um caso de malária por 1.000 habitantes anualmente.
Foram registrados 198 milhões de casos de malária e 584 mil mortes em 2013, segundo estatísticas analisadas pela Organização Mundial da Saúde. Mas é difícil compilar estatísticas, porque muitos casos não são reportados ou diagnosticados. A OMS estima que as infecções cheguem a 283 milhões e as mortes a 775 mil. No Brasil, foram registrados pouco mais de 179 mil casos de malária em 2013 e 41 mortes, sendo o país com maior incidência nas Américas.Incidência de casos de malária - ou seja, o número de casos que aparecem anualmente em populações de risco - caíram 30% globalmente nos últimos 15 anos, enquanto os índices de mortalidade também caíram 47%. Em outras palavras: o número de pessoas morrendo por malária representa hoje a metade do que era registrado no começo do século.
Há uma ligação bem documentada entre a malária e pobreza: as maiores taxas estão concentradas em países onde a renda é mais baixa - especialmente nas áreas mais pobres e marginalizadas desses países. Entre as 10 causas de morte em países onde a renda é mais baixa, a malária figura em 6º lugar. Em países onde mais de 75% da população tem renda inferior a U$ 2 por dia (a maioria na África), a malária é um problema massivo no sistema de saúde.
O problema é a África, mas não apenas a África: 106 países hoje registram casos de transmissão da doença , conforme medição da OMS. A organização os classifica em quatro categorias, de acordo com o progresso em reduzir o número de casos de mortalidade. Elas são: estágio de controle para países com maior risco, pré-eliminação, eliminação e prevenção. Segundo um relatório divulgado no ano passado pela OMS, o Brasil está no estágio de controle, ou seja, tem grande risco. Mesmo assim, de acordo com a organização, o país está no caminho para reduzir em 75% a incidência até o final deste ano, em comparação com 2000.Apesar da picada do mosquito Anopheles infectado ser o maior fator de infecção, cinco diferentes espécies de parasita podem causar a malária em humanos - e o mais mortífero é o protozoário Plasmodium falciparum. Agora o tratamento mais difundido é uma droga baseada em artemisinina. Mas pesquisas recentes revelam que o Plasmodium falciparum ficou resistente à droga - especialmente em algumas áreas de países como Camboja, Laos, Myanmar, Tailândia e Vietnã.
Dedetização interna - um método de controle adotado em países onde a malária é endêmica, que consiste em usar inseticida nas casas para matar os mosquitos - tem caído nos últimos anos. Apenas 4% da população global em risco tinha acesso a esse método em 2013 (em 2005 eram 5%). Alguns dos países que usam a técnica afirmaram que os mosquitos estão adquirindo resistência ao veneno.
O financiamento de programas para erradicar a malária é muito mais baixo do que deveria ser, de acordo com especialistas. Em 2013, ele correspondeu à metade do que seria necessário para atingir alvos estabelecidos por órgãos internacionais. Dever-se-ia investir ao menos US$ 2,4 bilhões a mais, segundo a OMS.
Mas nem todo o cenário global é desencorajador e alguns números mostram um progresso real: o financiamento para prevenção e tratamento na região da África subiu 20% nos últimos 10 anos. O uso de mosquiteiros também cresceu substancialmente: na África subsaariana, 44% da população em risco usam esse tipo de proteção. Há 10 anos, o índice era de 2%. Também houve melhora nos testes de pacientes com suspeita de malária (o que é essencial para o tratamento precoce) usando kits de diagnóstico rápido.
Enquanto a vacina estava em desenvolvimento, a infecção entre crianças com idades entre 2 e 10 anos caiu drasticamente para a metade do que era registrado no ano 2000. E o que é mais importante: a taxa de mortalidade média da malária está em seu ponto mais baixo: caiu 47% globalmente em 2013 - e 54% na região da África. Se essas taxas de queda se sustentarem, no final do ano a taxa de mortalidade pode chegar a menos da metade do registrado no início do século.
A Agência de Medicamentos Europeia divulgou nesta sexta-feira um parecer científico positivo depois de analisar o remédio Mosquirix, desenvolvido pela empresa farmacêutica britânica GlaxoSmithKline.
Agora, a OMS (Organização Mundial da Saúde) vai estudar se é seguro recomendar seu uso em crianças - as mais afetadas pela doença, que é transmitida por um mosquito.
A vacina contra a malária vem sendo desenvolvida há 30 anos e essa posição de especialistas europeus foi recebida com entusiasmo, apesar do fato de alguns testes terem tido resultados contraditórios.
Veja abaixo dez fatos e estatísticas que podem ajudar a traçar um mapa da malária no mundo - e os desafios econômicos e médicos do combate a essa doença.
Em todo o mundo, cerca de 3,3 bilhões de pessoas correm o risco de pegar a doença. Desse total, um terço estaria em alto risco pois vivem em países que registram mais de um caso de malária por 1.000 habitantes anualmente.
Foram registrados 198 milhões de casos de malária e 584 mil mortes em 2013, segundo estatísticas analisadas pela Organização Mundial da Saúde. Mas é difícil compilar estatísticas, porque muitos casos não são reportados ou diagnosticados. A OMS estima que as infecções cheguem a 283 milhões e as mortes a 775 mil. No Brasil, foram registrados pouco mais de 179 mil casos de malária em 2013 e 41 mortes, sendo o país com maior incidência nas Américas.Incidência de casos de malária - ou seja, o número de casos que aparecem anualmente em populações de risco - caíram 30% globalmente nos últimos 15 anos, enquanto os índices de mortalidade também caíram 47%. Em outras palavras: o número de pessoas morrendo por malária representa hoje a metade do que era registrado no começo do século.
Há uma ligação bem documentada entre a malária e pobreza: as maiores taxas estão concentradas em países onde a renda é mais baixa - especialmente nas áreas mais pobres e marginalizadas desses países. Entre as 10 causas de morte em países onde a renda é mais baixa, a malária figura em 6º lugar. Em países onde mais de 75% da população tem renda inferior a U$ 2 por dia (a maioria na África), a malária é um problema massivo no sistema de saúde.
O problema é a África, mas não apenas a África: 106 países hoje registram casos de transmissão da doença , conforme medição da OMS. A organização os classifica em quatro categorias, de acordo com o progresso em reduzir o número de casos de mortalidade. Elas são: estágio de controle para países com maior risco, pré-eliminação, eliminação e prevenção. Segundo um relatório divulgado no ano passado pela OMS, o Brasil está no estágio de controle, ou seja, tem grande risco. Mesmo assim, de acordo com a organização, o país está no caminho para reduzir em 75% a incidência até o final deste ano, em comparação com 2000.Apesar da picada do mosquito Anopheles infectado ser o maior fator de infecção, cinco diferentes espécies de parasita podem causar a malária em humanos - e o mais mortífero é o protozoário Plasmodium falciparum. Agora o tratamento mais difundido é uma droga baseada em artemisinina. Mas pesquisas recentes revelam que o Plasmodium falciparum ficou resistente à droga - especialmente em algumas áreas de países como Camboja, Laos, Myanmar, Tailândia e Vietnã.
Dedetização interna - um método de controle adotado em países onde a malária é endêmica, que consiste em usar inseticida nas casas para matar os mosquitos - tem caído nos últimos anos. Apenas 4% da população global em risco tinha acesso a esse método em 2013 (em 2005 eram 5%). Alguns dos países que usam a técnica afirmaram que os mosquitos estão adquirindo resistência ao veneno.
O financiamento de programas para erradicar a malária é muito mais baixo do que deveria ser, de acordo com especialistas. Em 2013, ele correspondeu à metade do que seria necessário para atingir alvos estabelecidos por órgãos internacionais. Dever-se-ia investir ao menos US$ 2,4 bilhões a mais, segundo a OMS.
Mas nem todo o cenário global é desencorajador e alguns números mostram um progresso real: o financiamento para prevenção e tratamento na região da África subiu 20% nos últimos 10 anos. O uso de mosquiteiros também cresceu substancialmente: na África subsaariana, 44% da população em risco usam esse tipo de proteção. Há 10 anos, o índice era de 2%. Também houve melhora nos testes de pacientes com suspeita de malária (o que é essencial para o tratamento precoce) usando kits de diagnóstico rápido.
Enquanto a vacina estava em desenvolvimento, a infecção entre crianças com idades entre 2 e 10 anos caiu drasticamente para a metade do que era registrado no ano 2000. E o que é mais importante: a taxa de mortalidade média da malária está em seu ponto mais baixo: caiu 47% globalmente em 2013 - e 54% na região da África. Se essas taxas de queda se sustentarem, no final do ano a taxa de mortalidade pode chegar a menos da metade do registrado no início do século.
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