FONTE: Agência Brasil, CORREIO DA BAHIA.
Geralmente, a
pessoa com LAM procura ajuda médica quando sente falta de ar, dor no tórax ou
nas costas.
Uma doença rara e basicamente feminina, a
linfangioleiomiomatose, mais conhecida como LAM, não é facilmente diagnosticada
e tem sintomas muito parecidos com os de outras doenças pulmonares, como asma,
bronquite e enfisema. Segundo o pneumologista Bruno Baldi, do Hospital das
Clínicas, em São Paulo, até seus colegas de especialidade muitas vezes têm
dificuldade para perceber o quadro.
No ano passado, quando foi diagnosticada com a doença aos
39 anos, a bióloga Verônica Borges disse que toda a família ficou assustada.
“Ficamos todos em choque. Descobrir que se tem uma doença progressiva e sem
cura não é fácil, ainda mais tendo filho de nove anos”, lembrou.
“Eu sentia um cansaço sem fim, mas pensava que era estresse”, contou Verônica. Ela
só buscou ajuda médica quando começou a sentir dores abdominais, fez uma
tomografia que pegou parte dos pulmões e o especialista viu que havia algo
errado.
Geralmente, a pessoa com LAM procura ajuda médica quando
sente falta de ar, dor no tórax ou nas costas. O diagnóstico é feito por
tomografia computadorizada do tórax e biópsia do tecido pulmonar. “Ela
pode não sentir nada, às vezes vai fazer uma radiografia, tomografia de tórax
por qualquer motivo e descobre que tem lesões características no pulmão”, disse
Baldi.
Ele explicou que a LAM é um tumor de multiplicação lenta, que atinge principalmente mulheres na faixa etária de 20 a 30 anos. “Em quem tem LAM ocorre uma multiplicação de células diferentes, que leva à obstrução e lesão do pulmão e, eventualmente, pode estar associada a lesões em outros órgãos.
Ele explicou que a LAM é um tumor de multiplicação lenta, que atinge principalmente mulheres na faixa etária de 20 a 30 anos. “Em quem tem LAM ocorre uma multiplicação de células diferentes, que leva à obstrução e lesão do pulmão e, eventualmente, pode estar associada a lesões em outros órgãos.
O especialista disse que a estimativa é que de 400 e 500
mulheres tenham a doença no Brasil. Em alguns casos, a paciente só precisa
fazer o controle, com exames a cada seis meses. Não se sabe ao certo o que
causa a LAM e não existe cura mas, em algumas mulheres, a progressão é muito
lenta. Em outras, no entanto, a doença inabilita até para atividades
rotineiras, como tomar banho. Segundo Baldi, referência no tratamento, cerca de
30% das pacientes precisam de medicação, as demais apenas fazem controle
semestral.
A recomendação da Associação LAM do Brasil (Alambra) para
as pacientes é seguir o mesmo estilo de vida saudável recomendado a todos,
inclusive praticar exercícios físicos. Não é recomendado viajar para lugares
onde não há ajuda médica por perto ou para regiões muito altas, onde as bolhas
do pulmão tendem a se expandir, podendo provocar a ruptura.
Verônica, que também é vice-presidenta da Alambra, disse
que as pacientes que precisam de medicamentos muitas vezes não conseguem pela
rede pública, já que a doença não tem protocolo específico. Segundo a bióloga,
em muitos casos é preciso entrar na Justiça para conseguir o remédio
sirolimus, que na rede pública é destinado a pacientes transplantados e que nas
farmácias custa cerca de R$ 2 mil por mês de tratamento.
O Ministério da Saúde informou, em nota, que o
medicamento precisa ter a eficácia comprovada para o tratamento da LAM, antes
de ser disponibilizado para o tratamento da doença e que essa avaliação deve
ser feita pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único
de Saúde, o que não foi feito nesse caso.
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