FONTE: Victor Bunduki, TRIBUNA DA BAHIA.
O autor é médico obstetra.
Ao engravidar, toda mulher deve saber que tem início um período ímpar em sua vida, em que alguns cuidados devem ser tomados. O principal é buscar um médico de sua confiança para fazer o pré-natal. É importante saber, também, que o ultrassom é um dos exames mais solicitados para acompanhar as condições de saúde da gestante e do bebê.
Ao engravidar, toda mulher deve saber que tem início um período ímpar em sua vida, em que alguns cuidados devem ser tomados. O principal é buscar um médico de sua confiança para fazer o pré-natal. É importante saber, também, que o ultrassom é um dos exames mais solicitados para acompanhar as condições de saúde da gestante e do bebê.
O
ultrassonografista – que é o profissional que entende bem os princípios físicos
dessa tecnologia que se baseia em ondas sonoras que nós, humanos, não somos
capazes de ouvir – está apto a otimizar a qualidade da imagem, contribuindo
para um diagnóstico de alta qualidade e precisão. Mesmo assim, é comum que as
gestantes tenham várias dúvidas a respeito desse exame tão requisitado durante
a gravidez. Sendo assim, vale a pena ressaltar alguns pontos importantes sobre
o ultrassom:
1. Segurança. Trata-se de um exame isento de contraindicações tanto
para a mãe quanto para o feto. No caso do ultrassom
com dopplerfluxometria colorida, que analisa o fluxo sanguíneo em
diferentes vasos do corpo humano, recomendamos que seja realizado somente após
a 9ª semana de gestação, para maior segurança.
2. Som e imagem. As semanas de gestação são contadas a partir da data da
última menstruação. Sendo assim, é possível enxergar o embrião a partir da
quinta semana pelo ultrassom transvaginal ou, ainda, a partir da sexta semana
via suprapúbica. Apesar de o embrião medir poucos milímetros nessa fase, é
possível identificar e ouvir seus batimentos cardíacos. Mas o bebê não ouve os
sons emitidos pelo equipamento. Portanto, não é necessário se preocupar com
isso.
3. Quantidade. O mínimo necessário durante uma gestação normal seria a
realização de quatro exames. O primeiro é importante para confirmar a gestação,
identificar o local da implantação e determinar a idade gestacional. O segundo,
também chamado de ‘morfologia do primeiro trimestre’, mede a ‘translucência
nucal’. O terceiro exame morfológico confirma a idade gestacional, avalia o
crescimento e, principalmente, a configuração do feto. Já o quarto tem o
objetivo de avaliar o crescimento, a quantidade de líquido e a placenta – além
de revisar a morfologia. Isso tudo pode ser realizado também no segundo
trimestre, mas existem doenças típicas do terceiro trimestre que podem levar a
alterações de líquido e da placenta. Daí a importância de realizar um ultrassom
nessa fase da gravidez. Vale ressaltar que quem determina os pedidos de exame é
o obstetra da paciente, de acordo com as características da gestação.
4. Translucência nucal. Esse é um exame de rastreamento de alterações genéticas,
como a Síndrome de Down, por exemplo, em que medimos a região da nuca do bebê.
Em bebês que têm alterações cromossômicas, essa medida pode estar aumentada.
Esse exame não tem finalidade diagnóstica, mas seleciona as pacientes que
teriam indicação de estudo do cariótipo (colhido por punção do líquido
amniótico ou da vilosidade coriônica).
5. Tipos de ultrassom. O ultrassom convencional detecta inúmeros tipos de
malformações estruturais, como a hidrocefalia (acúmulo de fluido
cérebro-espinhal nas cavidades ventriculares do cérebro) e outros distúrbios do
sistema nervoso central, além de alguns tipos de malformações cardíacas. Mas
outros exames podem ser solicitados pelo médico do pré-natal durante a
gestação. O ‘ultrassom com doppler’ é indicado para avaliar a circulação da mãe
para o bebê, bem como checar o fluxo nos vasos internos do feto. Trata-se de um
exame muito importante em caso de diabetes, hipertensão e retardo de
crescimento fetal, por exemplo. Já o ‘ultrassom 3D’ nos permite enxergar
as estruturas fetais em três dimensões, melhorando muito a visão da anatomia de
superfície, principalmente do rostinho do bebê. Também é muito útil como
complemento do ultrassom convencional em caso de diagnóstico de malformações.
No 4D, além das imagens bastante reais, também é possível acompanhar os
movimentos do bebê.
6. Intervenções. Outro importante papel do ultrassom é identificar
necessidade de intervenções na hora do nascimento do bebê, especialmente em
casos de cardiopatias e doenças do tórax. Há intervenções que podem ocorrer
antes mesmo de o bebê nascer, no ambiente intrauterino, como transfusões de
sangue, derivações (ventriculares, renais), punções de líquido amniótico com
finalidade terapêutica etc. Vale a pena ressaltar que fetos portadores de
malformações cardíacas graves devem nascer em um centro de referência provido
de UTI neonatal, cardiologistas pediátricos e cirurgiões cardíacos, prontos
para atender o recém-nascido cardiopata, já que desse atendimento depende a sua
sobrevida.
7. Sexo. Apesar
de o sexo ser definido no momento da concepção, o órgão genital se desenvolve
entre nove e doze semanas de gravidez. Portanto, entre a 14ª e a 16ª semana,
dependendo da posição do bebê, é possível identificar o sexo da criança. Quando
o bebê está sentado sobre as perninhas ou quando está de pernas cruzadas, é
mais difícil a visualização dos órgãos sexuais – obrigando os pais a terem um
pouco mais de paciência para obter essa informação.
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