FONTE: Leda Letra, Da Rádio ONU, Em Nova York (noticias.uol.com.br).
Se os atuais níveis
de consumo e de poluição da água continuarem, é possível que metade da
população mundial enfrente dificuldades para obter o recurso natural em 2030.
O alerta é do Painel
Internacional de Pesquisa, ligado ao Programa da ONU (Organização das Nações
Unidas) para o Meio Ambiente, Pnuma. Vários fatores podem aumentar de forma
dramática a demanda por água: aumento da urbanização e da população, mudança
climática e consumo de alimentos.
Custos.
Se a tendência atual
continuar, a demanda por água será 40% maior daqui a 15 anos. Com isso, o
relatório indica que os governos serão forçados a gastar US$ 200 bilhões por
ano com o abastecimento de água, sendo que a média histórica alcançada é entre
US$ 40 bi a US$ 45 bilhões.
O diretor-executivo
do Pnuma, Achim Steiner, comentou os dados divulgados na segunda-feira (21) e
lembrou que o "acesso à água limpa é a base do desenvolvimento
sustentável".
Segundo Steiner,
quando as pessoas mais pobres não têm acesso à água potável, elas acabam
gastando boa parte da renda comprando água ou passam muito tempo transportando
o bem natural.
África.
O Painel Internacional
de Pesquisa do Pnuma é um grupo formado por 27 cientistas renomados, 33
governos nacionais e outros grupos.
Os pesquisadores
revelam que na África Subsaariana, a demanda por água pode aumentar 283% em
2030, se for feita a comparação com os níveis de 2005.
O estudo mostra ser
possível separar o uso de água do crescimento econômico. Na Austrália, por
exemplo, o consumo de água caiu 40% entre 2001 e 2009, enquanto a economia
cresceu 30%.
O relatório traz uma
lista de fatores que irão levar ao aumento da demanda por água. O setor
agrícola, por exemplo, é responsável por 70% da retirada de água fresca. Com o
aumento da população, aumentará a demanda por comida e consequentemente, a
pressão sobre o recurso natural.
Mas na Índia, é
possível reduzir a lacuna entre estoque de água e demanda em até 80%, se forem
utilizadas técnicas específicas na produção agrícola, como o uso de
fertilizantes orgânicos.
É preciso economizar.
Na África do Sul, a
lacuna entre estoque e demanda é de 2,9 bilhões de metros cúbicos. Se o país
melhorar a produtividade da água, será possível economizar US$ 150 milhões por
ano até 2030.
Nos centros urbanos,
será possível economizar entre 100 bilhões a 120 bilhões de metros cúbicos de
água se forem reduzidos os vazamentos em residências e prédios públicos ou
comerciais.
Os especialistas
observam que os governos investem de forma pesada em mega projetos como canais,
aquedutos, reservatórios de água e sistemas de encanamento. Para o painel, na
maioria das vezes essas soluções são ineficazes e muitas não são amigas do
ambiente.
A recomendação vai
para a criação de planos de manejo de água que levem em conta a fonte, a
distribuição do recurso, o uso econômico, o tratamento, a reciclagem, o recurso
da água e seu retorno para o meio ambiente.
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