Anvisa dirá que
liberar a droga antes da realização de estudos clínicos de segurança e eficácia
pode trazer riscos à saúde dos pacientes.
O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), Jarbas Barbosa, disse ontem que vai recomendar à presidente
Dilma Rousseff o veto ao projeto de lei que prevê a liberação da
fosfoetanolamina, conhecida como “pílula do câncer”. A nota técnica que a
Anvisa redigirá dirá que liberar a droga antes da realização de estudos
clínicos de segurança e eficácia pode trazer riscos à saúde dos pacientes.
O projeto foi aprovado pelo Senado e segue para sanção de
Dilma. “Quem vai garantir que o que está dentro daquela cápsula é
fosfoetanolamina? Se houver algum dano, o que vai acontecer? Não vai ter
registro, não vai ter bula. Voltamos ao começo do século passado”,
afirmou.
O texto no Senado passa a permitir a produção,
importação, distribuição e prescrição da substância, “independentemente de
registro sanitário, em caráter excepcional, enquanto estiverem em curso estudos
clínicos”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez,
afirmou que “não existem dados suficientes para determinar a eficiência” da
fosfoetanolamina para pacientes diagnosticados com tumores malignos.
Na terça-feira (22), o Senado aprovou o projeto de
lei que libera o uso da “pílula do câncer” em menos de um minuto de sessão.
O porta-voz da OMS, Gregory Hartl, indicou que, diante da falta de dados,
“não existe qualquer tipo de recomendação por parte da OMS para que o remédio
seja utilizado”. “Definitivamente, não temos nenhuma recomendação neste
sentido”, disse.
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