quarta-feira, 23 de março de 2016

QUANDO ESCONDER A HOMOSSEXUALIDADE AINDA É O CAMINHO PREFERIDO...

FONTE: Drix Zimon, TRIBUNA DA BAHIA.

 

Publicado pelo Feminino e Além, site parceiro do Tribuna da Bahia.


Em uma recente matéria da revista Exame, o cenário foi este: “De acordo com um estudo divulgado no final de janeiro pelo Center for Talent Innovation, 61% dos funcionários LGBT no Brasil dizem esconder sua sexualidade para colegas e gestores (…).
Além de 61% dos profissionais LGBT não assumirem sua orientação sexual ou a identidade de gênero, 49% disseram que não a escondem, mas não falam abertamente sobre o assunto no ambiente de trabalho e alteram o próprio comportamento para se integrar entre os colegas”.
Cenário feio demais. E olhe que não estou falando nem dos países onde a homoafetividade é “punida” com a morte. Na verdade, a dimensão da violência gratuita com os homossexuais (sem falar na transfobia), deve criar um medo imediato de ser tão aberto(a) com sua própria vida.
Não existe, infelizmente, uma consciência exata de quanto e quando um gesto de violência pode vir à tona. Em um mundo onde em muitos lugares um homossexual é impedido até de doar sangue, não tem como deixar de lado esse medo de expor sua orientação sexual.
A mesma pesquisa diz ainda que se os chefes e colegas de trabalho fossem receptivos à orientação sexual do outro, seu rendimento seria excepcionalmente melhor porque se sentiria seguro dentro de seu ambiente do cotidiano. 
Importante quando empresas procuram saber qual a orientação de seus funcionários para que consigam melhorar os benefícios, por exemplo, a um casal de lésbicas casado no civil. Este comportamento antes de qualquer coisa fomenta a visão normal de um casal do mesmo sexo e o respeito à diversidade.
Obrigar as pessoas a falarem sobre sua vida pessoal, jamais seria um caminho bacana para as empresas. Na verdade, a decisão não pode ser somente de conversa, mas de posicionamento. Oferecer nada além do devido: benefícios aos companheiros de seus funcionários.
E além disso, o que importa e muito, respeito! Tanto dos colegas quanto da chefia. Ninguém pode ser menosprezado ou sofrer preconceito com uma situação que em NADA impede a boa evolução no trabalho. E vamos combinar que já anda chato demais essa mania irritante de pessoas com cabeça de minhoca, exercendo a homofobia como bem interessa a elas.
Já passou da hora de sempre aceitarmos com benevolência pensamentos como o do homofóbico Deputado Bolsonaro : “Eu acho que você foge, desculpa aqui, você foge à normalidade. Nós temos que ter um norte aqui. Você vira, com todo o respeito a você, a teoria do absurdo. Até porque você com sua companheira não geram filhos“.
Disse ele à atriz Ellen Page que esteve no Brasil para divulgar sua nova série. Imagino que todos já tenham assistido a vergonha que este Deputado nos fez passar. “Nos fez passar” não, desculpe a frase errônea. Até porque homofobia e preconceito nunca foram minha praia e, com certeza, nem a sua que está lendo esse texto.
Para não fugir do assunto, as empresas precisam se conscientizar de uma vez por todas que o funcionário não deve ser observado por sua orientação sexual e sim, por sua capacidade funcional para a qual foi destinado. Nada, além disso, deve interessar.

Cabe junto com essa conscientização, um pacote de benefícios que heteros recebem para seus parceiros idem. Ou seja, tudo é uma questão de FALTA DE PRECONCEITO com o que é normal: o amor!

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