FONTE:, (www.msn.com).
A adolescência é uma fase repleta de mudanças, o que
inclui alterações hormonais, psicológicas, comportamentais e inclusive
dentárias. Dar o amparo necessário aos jovens nessa época turbulenta de intensa
adaptação exige paciência e sensibilidade. Por isso, a odontologia tem uma área
específica focada no tratamento de pessoas entre 10 e 23 anos, a
odontohebiatria.
Segundo a professora da Universidade Nove de Julho
(Uninove) Sandra Kalil (CROSP 40596), os dentistas desta área, além do
conhecimento odontológico, preocupam-se em manter um tipo comunicação adequada
ao público jovem, não o infantilizando e estabelecendo uma relação de
confiança. “Nessa fase, os adolescentes passam por profundas transformações
físicas, sociais e psicológicas. Não podemos julgar suas atitudes, mas sim
buscar compreendê-las e orientá-los sobre as consequências”, afirma.
Quando o assunto são as mudanças bucais que acontecem
durante a adolescência, a professora da Universidade do Oeste Paulista
(Unoeste), Cristhiane Amaral (CROSP 53998) explica que existem certas
peculiaridades. “Os adolescentes não possuem mais dentes de leite, mas uma
dentição permanente jovem. Esses dentes, que surgiram na infância, estão
sensíveis, pois o esmalte está em fase de maturação. Nessa época, os tipos de
cáries e até os locais onde surgem essas lesões são diferenciados. Por volta
dos 17 anos aparece o terceiro molar, o que pode gerar transtornos, como
inflamações na gengiva e infecções, além da necessidade de extração devido à falta
de espaço na arcada dentária”, esclarece.
As modificações hormonais da adolescência também podem
influenciar a saúde bucal. “Durante essa fase, as mudanças no organismo
potencializam o aparecimento de gengivite, principalmente quando há o acúmulo
de biofilme, geralmente causado por uma má higiene”, afirma Amaral.
Outro fator que merece atenção nessa fase são as mudanças
comportamentais. Mesmo preocupados com a questão estética, muitas vezes os
jovens deixam os cuidados bucais de lado. Segundo a odontopediatra Carolina
Sommer (CRORS 12746), quando isso acontece, os responsáveis e os dentistas têm
o papel de reforçar as orientações de higiene.
Em alguns casos, a sensibilidade do profissional é
determinante para o diagnóstico de comportamentos de risco, pois muitos
sintomas podem se manifestar na boca. Nessas situações, segundo Sommer, o
primeiro passo é alertar os pais. “Algumas doenças sexualmente transmissíveis
podem ser percebidas através de alterações bucais, como o Human Papiloma Virus
(HPV), e a AIDS. Por meio de exames odontológicos também é possível ter
evidências sobre vômito frequente e uso de drogas”, comenta.
Segundo Kalil, a conscientização é a melhor dica para os
jovens. “Devemos mostrar que é determinante para o futuro manter uma dentição
saudável, além de reforçar a importância dos hábitos de higiene, como a
escovação e o uso do fio dental”, finaliza.
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