FONTE: *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Será que fazer sexo
com frequência melhora o relacionamento? Pesquisadores descobriram que casais
que transam muito não relatam maior satisfação do que os que transam menos. Mas
quando se busca analisar as respostas mais espontâneas, que não passam pelo
racional, o cenário é diferente.
Segundo estudo
publicado no periódico Psychological Science, da Associação para a
Ciência da Psicologia, a frequência das relações sexuais pode não interferir no
que uma pessoa diz sobre o relacionamento, mas tem influência, sim, sobre os
sentimentos mais viscerais em relação ao parceiro.
Do ponto de vista
evolutivo, o sexo frequente traz uma série de benefícios, como aumentar as
chances de concepção e unir os parceiros, o que facilita a criação dos filhos.
Por isso, a equipe, da Universidade do Estado da Flórida, ficou surpresa ao
descobrir que, ao perguntar aos casais sobre a satisfação com a vida a dois,
esse fator não fazia muita diferença nas respostas.
Mas então eles
decidiram analisar as sensações mais automáticas, que não passam pela razão, e
viram que a coisa muda de figura.
Na primeira parte do
estudo, 216 casais recém-unidos responderam a uma pesquisa de satisfação com o
relacionamento. Eles também tinham que dizer com que frequência transavam.
Em seguida, eles
tinham que completar uma tarefa de classificação no computador. Uma palavra
aparecia na tela e eles tinham que indicar se ela era positiva ou negativa.
Antes de cada termo aparecer, porém, a foto do parceiro era exposta na tela por
uma fração de segundos.
A lógica desse tipo
de teste é que, quanto mais veloz é a resposta, mais forte é a associação entre
o parceiro e a palavra que aparece na tela. Responder mais lentamente aos
termos negativos significa, portanto, sensações implícitas mais positivas em
relação ao relacionamento.
Quanto maior a
frequência de sexo do casal, mais os parceiros eram associados a atributos
positivos nessa segunda parte da pesquisa. Isso valeu tanto para os homens
quanto para as mulheres.
Para os autores,
algumas pessoas podem até estar insatisfeitas, mas não querem admitir a
realidade para os outros ou mesmo para si mesmos. Ainda segundo os
pesquisadores, as experiências afetam bastante as nossas avaliações sobre o
relacionamento, mais do que a gente imagina.
Jairo Bouer é médico formado
pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência em
psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no
Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar
seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para
o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a
dúvidas através de diferentes meios de comunicação.
Sobre o blog.
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões
sobre saúde, sexo e comportamento.
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