FONTE: Ana Elisa Faria, Do UOL, em São Paulo, (estilo.uol.com.br).
O uso do óleo de coco ainda não é uma unanimidade
entre especialistas, mas mesmo assim o ingrediente virou moda e muita gente já
o inseriu no cardápio do dia a dia. Seja fazendo as vezes do azeite de oliva na
salada ou até mesmo no preparo de alguns pratos no lugar de óleos como o de
soja ou o de canola.
Nutrólogos e
nutricionistas ouvidos pelo UOL não aconselham a utilização do
produto --vendido e indicado principalmente para auxiliar no emagrecimento,
aumentar a imunidade e diminuir o colesterol ruim-- porque não existe, até o
momento, respaldo científico sobre ele --tanto para o lado bom quanto para o
mau.
A diretora da
Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), Daniela Cierro, diz que, por não
haver estudos suficientes que comprovem a eficácia do óleo de coco, a entidade
não é capaz de indicá-lo ou contraindicá-lo. "Entretanto, não podemos
deixar de enxergar que muitos profissionais estão indicando e muita gente está
fazendo o uso. O que posso falar é que o óleo de coco é uma gordura
classificada como saturada e seu valor calórico é alto. E quanto maior o grau
de saturação, mais a gordura se encontra dentro do nosso organismo, o que pode
desencadear doenças cardiovasculares”, fala.
De acordo com Carlos
Werutsky, diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), marketing é
uma coisa, ciência é outra. “O avanço comercial [do óleo de coco] é muito maior
do que a evidência científica do seu uso”, afirma. Ele conta que não costuma
indicar a substância para os seus pacientes, mas, abaixo, revela algumas formas
mais adequadas de usá-la.
Óleo polêmico.
·
Qual
quantidade devo consumir por dia?
Segundo o
nutrólogo Carlos Werutsky, você pode utilizar, por dia, até quatro gramas de
óleo de coco e sempre in natura. Dá para colocar, por exemplo, em cima da
salada ou das frutas. "Esquentar ou fritar esse óleo aumenta o número de
substâncias pró-inflamatórias", diz.
·
O
uso do óleo de coco para cozinhar deixa a minha dieta mais saudável?
"Este óleo
carrega uma substância chamada ácido láurico, que nada mais é do que uma
gordura com o poder de elevar o LDL colesterol, ou seja, a fração do colesterol
ruim", afirma Werutsky. Para o nutrólogo, o ideal é alternar o consumo de
vários óleos. "Em um dia você cozinha com o óleo de soja, no outro com o
de canola. Na semana seguinte com o de linhaça, na outra com o de milho. E
nunca deixar de usar o azeite de oliva em temperatura ambiente para temperar a
salada".
·
Sólido
ou líquido?
Não se preocupe
caso o potinho de óleo de coco mude de estado físico de uma hora para a outra.
Isso é normal, uma vez que o ingrediente sofre alterações de consistência de
acordo com o calor. Ele fica líquido e translúcido acima dos 25 graus, e se
solidifica e atinge coloração esbranquiçada abaixo dessa temperatura. No
entanto, pode ser consumido das duas maneiras.
·
Onde
compro?
Diversas marcas
comercializam o ingrediente, que é facilmente encontrado em lojas de produtos
naturais. Algumas grandes redes de supermercados também já vendem o óleo
--geralmente, você o acha nas prateleiras próximas às de itens orgânicos ou
dietéticos. Vendido em potes de vidro de 200 ml ou 500 ml, seu valor gira em
torno de R$ 19 a R$ 75.
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