FONTE: Do UOL, em São Paulo, (noticias.uol.com.br).
Que fumar faz mal
para a saúde todo mundo sabe. Pesquisas mostram que mesmo os cigarros
eletrônicos podem conter toxinas e causar
problemas semelhantes aos que o fumo de tabaco provoca nas vias respiratórias.
No entanto, estudo feito no Texas (EUA) aponta que a nicotina, se administrada
da forma correta, pode proteger o cérebro e servir como precaução para as
doenças de Parkinson e Alzheimer.
Ela já havia
demonstrado, em testes anteriores, ser capaz de ativar receptores do cérebro
que podem reduzir a degeneração dos neurônios causada por essas doenças. Mas a
pesquisa mais recente, publicada no Jornal Open Access de Toxicologia,
revelou que a capacidade de proteção neurológica da substância pode estar
ligada a conhecida habilidade que ela tem para suprimir o apetite.
Os pesquisadores do
Texas A & M College of Medicine acrescentaram nicotina a água consumida por
animais de laboratório, divididos em três grupos segundo a concentração da dose
(baixa, média e alta). A divisão corresponde à média de consumo dos fumantes.
Os grupos que
receberam nicotina em doses baixas e médias não registram a presença da droga
no sangue, não experimentaram mudanças na ingestão de alimentos, no peso
corporal ou no número de receptores do cérebro onde a substância age.
Os animais que
receberam a maior concentração de nicotina comeram menos, ganharam menos peso e
registraram mais receptores, indicando que, em doses mais elevadas, a
substância chega ao cérebro e pode ter impacto em seu funcionamento.
Segundo a professora
Ursula Winzer-Serhan, uma das responsáveis pelo estudo, mesmo em doses
elevadas, a nicotina não provocou efeitos colaterais comportamentais como
ansiedade, reação que preocupava os cientistas. De acordo com os pesquisadores,
algumas pessoas fumam porque sentem que a nicotina diminui a ansiedade,
enquanto outras afirmam que ela agrava essa condição. No estudo, a nicotina
deixou os animais menos ansiosos.
Esses
resultados indicam que um tratamento à base da substância não traria efeitos
comportamentais, o que pode ser um primeiro passo para provar a segurança do
uso do produto para tratamentos de doenças neurodegenerativas.
O próximo passo da
pesquisa é investigar os efeitos da nicotina contra a neurodegeneração em
camundongos idosos.
Os pesquisadores
advertem, no entanto, que as pessoas não devem sair comprando produtos que
contém nicotina. Ainda é necessário fazer análises clínicas de larga escala
antes de comprovar os efeitos da droga e a segurança para administrá-la. Além
disso, produtos que contêm nicotina também podem possuir diversas substâncias
tóxicas.
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