FONTE: Guilherme Rei, TRIBUNA DA BAHIA.
O destino das vantagens financeiras também era o
PP e seus integrantes, de acordo com a força-tarefa.
Alvo da
vez na Operação Lava Jato, o Partido Progressista (PP) está sendo enquadrado em
uma ação civil pública pelo Ministério Público Federal (MPF), que acusa 10
deputados e ex-deputados federais e um assessor de improbidade administrativa.
Os
baianos Mário Negromonte, Mário Negromonte Jr. e Roberto Britto aparecem na
lista ao lado de Nelson Meurer, Arthur Lira, Otávio Germano, Luiz Fernando
Faria, além dos ex-deputados federais Pedro Corrêa, Pedro Henry, João
Pizzolatti e de João Genu, ex-assessor do falecido deputado José Janene. Britto
e Negromonte Jr. terão de devolver mais de R$ 16 milhões. O primeiro esquema
era relacionado a contratos vinculados à Diretoria de Abastecimento da estatal,
entre 2004 e 2014.
“Um
cartel de empreiteiras fraudava procedimentos licitatórios da estatal em obras gigantescas,
inflando indevidamente os lucros obtidos”, diz a nota do MPF. Já o segundo
esquema identificado na investigação consiste no pagamento de propina por parte
da Braskem, empresa do Grupo Odebrecht. O destino das vantagens financeiras
também era o PP e seus integrantes, de acordo com a força-tarefa.
O MPF
pede o pagamento de mais de R$ 2 bilhões, a suspensão dos direitos políticos e
perda dos direitos de contagem e fruição da aposentadoria pelo Regime Especial.
Os procuradores também pedem a perda dos cargos daqueles que cumprem mandato.
“As evidências colhidas ao longo da investigação apontam que o dinheiro ilícito
da corrupção da Petrobras foi empregado para o enriquecimento ilícito dos
participantes e para financiar campanhas eleitorais”, diz nota da Procuradoria
da República no Paraná. A investigação identificou dois esquemas de desvios de
verbas da Petrobras envolvendo o partido.
Em
nota, Negromonte, que atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas dos
Municípios (TCM), disse que a “ação ajuizada na data de hoje não está lastreada
em indícios mínimos que apontem para a materialidade de qualquer ato de
improbidade administrativa”, e que “os fatos articulados são os mesmos já
deduzidos perante o Supremo Tribunal Federal, sendo que lá já foram prestados
os esclarecimentos que decerto seriam suficientes a contestar a pretensão agora
apresentada ao Judiciário”.
Também
por meio de nota, Mário Negromonte Jr. declarou que não há provas que indiquem
o cometimento de atos de improbidade, e que os valores cobrados “não foram
mencionados em momento algum, por quem quer que seja, em nenhuma apuração até o
momento procedida”. O MPF ordenou que ele devolvesse R$ 3,4 milhões.
Em
nota, o PP informou que “todas as doações recebidas foram legais e devidamente
declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”. O partido disse ainda que “não
compactua com condutas ilícitas e confia na Justiça para que os fatos sejam
esclarecidos”. Já Roberto Britto, que deverá reembolsar mais de R$ 12 milhões,
disse que irá se manifestar quando for notificado.
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