Aqui
na SUPER, a gente vive falando sobre fatos que você aprendeu ao longo da vida
que, por erros de tradução ou simplificações mal feitas, simplesmente não são
verdade. Nem sempre a culpa é de alguém: a própria ciência avança e transforma
aquilo que conhecemos como fatos, em geral se adequando à realidade complexa em
que vivemos.
O
site Business Insider reuniu algumas dessas pérolas – e nós selecionamos
alguns dos “fatos” que vivem sendo ensinadas errado para te explicar
direitinho. (Sentiu falta de algum? Confere se ele não apareceu na nossa última
lista: 7 “fatos” científicos que você
aprendeu errado na escola
1. Existem três
(ou cinco) reinos dos seres vivos.
Reino
animal (Animalia), vegetal (Plantae) e das bactérias (Monera)
eram os “originais” dos livros didáticos. O dos protozoários (Protista)
e dos fundos (Fungi) se tornaram adições comuns – mas nem esse
apêndice dá conta da classificação mais atualizada dos seres vivos.
Costumávamos jogar grande parte dos micro-organismos na mesma caixinha. O
problema é que sabemos, hoje, que eles representam a enorme maioria das
espécies do planeta. Conhecemos 1,7 milhão delas, já classificadas pela
ciência. Mas estima-se que exista um total de 9 milhões de espécies na Terra –
e mais de 5 milhões seriam tipos diferentes de micro-organismos.
Hoje,
portanto, o número de reinos varia entre 6 e 8. O reino Monera foi
dividido em dois: Eubacteria, com os seres monocelulares que
chamamos de bactérias, e Archea, composto de microorganismos
externamente parecidos com as bactérias, cujos organismos, no entanto,
funcionam de forma muito diferente. Alguns deles, inclusive, são capazes de
sobreviver em ambientes muito extremos, como gêiseres extremamente ácidos e
zonas sem oxigênio.
Animalia, Plantae e Fungi permaneceram
iguais. Já o Protista pode ser dividido em até três grupos,
dependendo da classificação: Protozoa (protozoários com
unicelulares com núcleo organizado), Archezoa (parecidos com
protozoários, mas célula não possui mitocôndria) e Chromista (que
reúne, principalmente, espécies de algas).
2. A Muralha da
China é a única estrutura humana que pode ser vista do espaço.
Esse
já de cara não parece um fato muito consolidado, né? A verdade é que tudo
depende da distância em que você está da Terra. Da Lua, segundo um dos
astronautas da Missão Apollo, você só vê uma esfera esbranquiçada, com pontos
de azul e no máximo uns sinais de vegetação. Já da subórbita próxima, em que
ficam os satélites, dá para enxergar luzes das grandes cidades, represas,
aeroportos… Grandes estruturas em geral, especialmente quando estão
“destacadas” por uma camada de neve. O mesmo vale para a Muralha da China.
3. Diamante é a
estrutura mais dura que existe.
O
recordista desta categoria muda com frequência, já que seguimos descobrindo
como combinar diferentes compostos (geralmente a pressões altíssimas) para
criar materiais mais resistentes. A maioria deles é extremamente raro na
natureza, mas pode ser criado em laboratório simulando as condições extremas de
surgimento.
É o
caso da lonsdaleíta, parecida com o diamante: também é composta de átomos de
carbono, mas em outro arranjo geométrico, que a torna 58% mais resistente que
ele. Pelo que sabemos do seu comportamento, provavelmente é forjada
naturalmente em impactos de asteroides. Outro é o nitrato de boro de wurtzita,
que surgiria em erupções vulcânicas muito violentas.
O
queridinho dos teste de dureza é o nitreto de boro cúbico. Ele é menos duro que
o diamante em temperatura ambiente. Mas pode ter seus átomos reorganizados em
laboratório para ganhar ultradureza. Além disso, é mais estável que o diamante
em termos de temperatura: aguenta até 2 mil ºC sem perder sua característica
resistente. Tente fazer a mesma coisa com o diamante, e vai ver ele virar
grafite rapidinho.
4. As
bruxas de Salém foram queimadas na fogueira.
De
acordo com Richard Trask, arquivista da cidade (que hoje se chama Danvers), a
queima de mulheres acusadas de bruxaria não aconteceu em Salém. O vilarejo, que
fica em New England, nos EUA, ainda seguia a lei britânica na época, que punia
a bruxaria (acusação “guarda-chuva” para qualquer não conformismo feminino à
época, vale acrescentar) com enforcamento.
Queimar
mulheres vivas foi uma tática mais difundida na Europa Ocidental, por
recomendação da Igreja. Olha só, que “alívio”.
5. Os escravos
construíram as pirâmides do Egito.
A
narrativa bíblica e os filmes acabaram influenciando a história, nesse caso –
muita gente associa a escravidão do povo de Israel no Egito à construção das
pirâmides. Em primeiro lugar, não há menção nenhuma disso na Bíblia. Em segundo
lugar, as evidências arqueológicas indicam que os trabalhadores que construíram
as pirâmides eram egípcios livres. Alguns arqueólogos e
historiadores defendem que esses homens eram subordinados a nobres, para
os quais deviam uma parcela do seu tempo de trabalho, de forma similar ao
feudalismo. Não seria uma escolha, propriamente dita, ficar carregando blocos
de pedra, mas também não seria trabalho forçado sem qualquer remuneração. Na
realidade, as evidências apontam para uma função que era até bastante privilegiada.
Os trabalhadores tinham sua própria cidade, seu próprio cemitério e uma
alimentação quase luxuosa para a época. O trabalho era sim, precário e árduo,
mas era feito por gente de status social mais elevado que o de escravos.
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