Na
tentativa de emagrecer,
uma porção de gente muda certos hábitos por conta própria. Acontece que nem
tudo que se ouve por aí faz sentido – às vezes, até te levam a ganhar peso.
Elencamos ditos populares que merecem um olhar mais atento.
Confira:
1- É preciso comer de três em três horas.
Os
argumentos favoráveis ao fracionamento da alimentação são fortes. Primeiro, a digestão naturalmente
queima calorias. Logo, não deixar a barriga vazia ajudaria a manter esse
processo a todo vapor. Além disso, não chegaríamos famintos às refeições
principais, o que resultaria em pratos mais modestos.
Mas,
na vida real, nem sempre a história segue assim. Em 2015, cientistas americanos
conduziram uma revisão de 15 estudos que analisavam justamente o impacto de
comer de forma fracionada no emagrecimento. E
apenas um trabalho encontrou relação entre uma coisa e outra.
O
fato é que o gasto calórico gerado com a digestão é pequeno. Mais: realizar
vários lanches intermediários pode fazer com que as pessoas se alimentem mesmo
sem fome. No fim das contas, tem quem coma mais do que antes da
dieta.
Sem
contar que alguns indivíduos acham muito trabalhoso carregar snacks pra lá e
pra cá. Daí, acabam largando mão do plano alimentar no meio do processo.
Não
é que comer de três em três horas é um absurdo. Só não deixe isso virar uma
camisa de força engordativa e considere como os lanchinhos impactariam sua
rotina. O essencial mesmo é entender o sinal da fome.
2- Para
emagrecer, tem que cortar o carboidrato.
Calma
lá! Ninguém precisa abolir esse nutriente para conseguir perder peso. Na
verdade, ele tem importância nesse caminho rumo ao emagrecimento.
Afinal,
um subproduto proveniente de sua digestão é fundamental para a quebra de
gorduras. Ou seja, se não tiver carboidrato na jogada, o corpo acaba recorrendo
a substratos energéticos formados a partir da degradação da massa muscular. Resultado: o ponteiro da balança até cai, mas você está
enxugando músculo e não a barriga.
E,
aqui, cabe um anexo. Perder massa magra é especialmente desvantajoso para quem
deseja emagrecer porque ela promove a queima de calorias, mesmo durante o
descanso. Com uma musculatura fraca, esse processo desacelera.
3- É sempre
melhor investir em alimentos diet e light.
Pra
começo de conversa, vale lembrar que, nos alimentos diet, um nutriente –
geralmente o açúcar – é retirado totalmente da fórmula. Já o light tem
uma diminuição de 25% de um de seus componentes.
Parece
ótimo. Mas, na prática, muitos desses itens acabam carregando em outras
substâncias, como gorduras.
Um
chocolate diet, por exemplo, pode até não conter açúcar na receita, porém
continua sendo gorduroso. Muitas vezes ele é mais calórico que o convencional.
Uma
pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina já chegou a indicar que boa
parte de produtos diet e light abusam do sódio, mineral cujo excesso faz a
pressão subir. Para não trocar seis por meia dúzia, olhe o rótulo e compare os alimentos.
4- Arroz com
feijão engorda.
Você
já sabe que não precisa eliminar o carboidrato. Mas será que colocar arroz e feijão no
prato todo dia já não beira o exagero? Pode acreditar que não.
Ainda
que algumas pessoas preguem que é uma mistura pesada, ela está atrelada a
diversos benefícios. Dentro de uma rotina alimentar variada e balanceada, pode
aparecer no prato do almoço e também do jantar.
Em
termos de ingestão proteica, o arroz e o feijão se completam. Veja: os
aminoácidos fornecidos por um alimento se combinam com os do outro e, então,
formam uma proteína completa.
Além
disso, o feijão fornece um monte de fibras. Por causa
dessa característica, o carboidrato do arroz não faz a glicose disparar na
circulação. Com isso, a sensação de barriga cheia dura mais tempo.
Se
ainda está com o pé atrás, saiba que uma pesquisa realizada na Universidade Estadual do Rio de
Janeiro mostra que quem incluiu a combinação mais famosa da nossa culinária na
rotina conseguiu perder peso pra valer.
5- Corte
frutas: elas carregam muito açúcar.
Sim,
a frutose – o açúcar da fruta – é a mesma molécula que adoça
diversos produtos industrializados e constantemente é associada a um maior
risco de obesidade. Mas isso não justifica tirar as frutas do dia a dia.
Para
atingir a quantidade de açúcar usado em um refrigerante, por exemplo, seria necessário se entupir de banana,
manga, maçã e companhia. Como se não bastasse concentrar menos frutose, as
frutas esbanjam fibras.
De
novo: estamos falando de substâncias que não deixam a glicose disparar no
sangue. Se der para comer casca e bagaço, partes reconhecidamente ricas em fibras, melhor ainda.
Com elas na parada, os potenciais efeitos negativos da frutose são silenciados.
Esses
vegetais têm muitos outros pontos fortes, já que são redutos de vitaminas e
minerais. Para completar, apresentam substâncias com poder antioxidante, que ajudam a evitar inflamações decorrentes do excesso
de açúcar e gordura corporal.
6- Para dar
certo, a dieta tem
que ser restritiva.
Não
vamos mentir: cardápios radicais nos fazem perder peso mesmo. E rápido. Mas estudos
indicam que os quilos a menos são basicamente água e massa muscular. Ou seja, a
gordura continua intocada.
Para
piorar, depois de um tempo a balança fica estagnada. O peso não desce mais.
Isso acontece porque o corpo possui mecanismos para se virar em um contexto de
pouca comida – isso está em nossos genes, desde os tempos das cavernas.
Ao
entrar no modo de economia, o organismo poupa tudo o que consegue para retornar
ao peso original. Some essa dificuldade toda a chatice de um menu enxuto
demais. Não há como continuar dedicado a um plano alimentar assim.
E
nem há motivo para isso. Por mais estranho que pareça, aqueles momentos de
indulgência – representados pelo chocolatinho depois do almoço ou a cerveja no
final de semana – podem dar um gás no emagrecimento.
Ora,
permitir-se a esses momentos de prazer facilita a adesão a um estilo de vida
equilibrado. Sim, porque para garantir o peso desejado, é preciso pensar em
questões que vão além da comida, como exercício, sono, estresse…
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