FONTE: Daniela Carasco, do UOL, em São Paulo, (http://estilo.uol.com.br).
Se menstruação ainda é um assunto tabu, falar de sexo durante
o ciclo menstrual pode ser até mais, digamos, constrangedor para alguns. E, por
isso, divide opiniões. Há, inclusive, quem se negue a transar nesse período.
Para a ginecologista Lúcia Alves da Silva, presidente da Comissão de Sexologia
da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o que se sabe
é que a prática não provoca danos à saúde da mulher ou do homem, mas exige
cuidados.
Aqui, ela explica 9 coisas que você precisa saber
sobre o assunto.
1. O desejo sexual aumenta? DEPENDE.
Segundo a especialista, não há consenso. Algumas
mulheres podem sentir esse aumento, enquanto outras demonstram uma falta de
desejo absoluta. Ambos os casos estão ligados a experiências pessoais. “A
alteração hormonal que implica mais ativamente no aumento do desejo sexual
acontece, na verdade, no período pré-ovulação”, diz Lúcia. Nesses dias que
antecedem a saída do óvulo - 14º dia do ciclo, em média -, acontece uma maior
liberação do hormônio estrogênio, responsável por estimular a libido.
2. A menstruação funciona como
lubrificante? NÃO.
O sangramento tem apenas a capacidade de deixar a
região mais úmida. “A lubrificação natural decorre do aumento das pressões dos
vasos sanguíneos da parte interna da vagina, que se mistura ao muco liberado
pelo colo uterino, facilitando a penetração”, explica Lúcia.
3. Facilita a transmissão de DSTs? SIM.
O contágio de doenças sexualmente transmissíveis
pode se dar em toda relação sexual sem proteção. Na menstruação, não é
diferente. O sangue é mais um elemento de risco, uma via de contágio. “As
patologias mais comuns, nesse caso, são HIV, hepatite C e B”, diz a médica. Por
isso, o uso de preservativos continua sendo fundamental, como em qualquer
situação.
4. O fluxo pode mudar? NÃO.
Não existe nenhuma evidência científica que
comprove que o fluxo menstrual possa ser prolongado ou reduzido. Qualquer
relato envolvendo alterações como essa se trata de experiências extremamente
particulares, que não se aplicam à maioria das mulheres.
5. Pode transar com esponja vaginal?
SIM.
Com a proposta de evitar vazamentos, surgiram no
mercado opções de esponjas menstruais. Elas são feitas com um material maleável
e, uma vez introduzidas na vagina, funcionam como um tampão, que não provoca
incômodo na hora H. “Antigamente, as mulheres, principalmente as profissionais
do sexo, usavam algodão. O único cuidado que deve ser tomado na hora de usar
qualquer um dos dois, é lembrar de retirá-los imediatamente após a prática
sexual para evitar infecções.”
6. Pode usar absorvente interno? NÃO.
Ao contrário das esponjas, os absorventes
internos são produzidos com um material rígido, que causa desconforto na hora
da penetração. Descarte completamente essa ideia.
7. Dá para fazer sexo oral? SIM.
A prática oral está liberada também durante o
ciclo, mas exige proteção. O risco de contaminação é grande nesse caso, já que
a possibilidade de ingestão do sangue é alta. Então, lance mão da camisinha
feminina e, se preferir, vale ainda usar um absorvente interno para conter o
fluxo – desde que não aconteça penetração, ok?
8. É um bom momento para explorar outras
zonas erógenas? SIM.
Lúcia gosta sempre de reforçar que as
preliminares são fundamentais para qualquer relação. E nesse caso não seria
diferente. No período menstrual, algumas mulheres tendem ainda a apresentar
sensibilidades extras em algumas regiões – os seios são uma delas. Nesse caso,
um toque mais forte pode ser incômodo, mas uma carícia leve é perfeitamente
suportável e prazerosa.
9. Corre risco de engravidar? NÃO.
A gravidez só é possível quando há ovulação e um
endométrio adequado para a fixação do gameta. Quando a menstruação entra em
cena, é sinal de que a parede do útero está descamando, uma condição nada
receptiva ao embrião. “É o momento em que o corpo volta justamente ao estágio
de não-gravidez”, conta a ginecologista. Vale ficar atenta, no entanto, ao uso
correto das pílulas anticoncepcionais. Qualquer deslize pode comprometer a
barreira de proteção hormonal e provocar surpresas.
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